Vivemos um tempo em que os limites entre tecnologia e humanidade estão a ser redesenhados. Na Saúde, isso sente-se em cada avanço clínico. No Marketing, em cada interação com o público. E para quem, como eu, trabalha entre estes dois mundos, a Inteligência Artificial (IA) deixou de ser uma tendência para se tornar numa transformação que já está em curso.
O meu dia-a-dia gira à volta de tecnologias que mudam vidas — como equipamentos de Imagiologia, Ecografia, Endoscopia, Análises Clínicas e soluções para Medicina Veterinária. Trabalho para tornar essas tecnologias visíveis, compreensíveis e relevantes para os profissionais de saúde. Mas também para os cidadãos, que são sempre o propósito máximo de tudo o que fazemos; considerando sempre o seu bem-estar e a preservação máxima da sua qualidade de vida – do diagnóstico ao tratamento.
A IA trouxe uma nova camada de complexidade – e de oportunidade – à minha profissão. Na Comunicação, assistimos a uma revolução na forma como criamos conteúdos, segmentamos audiências, analisamos resultados. A par disso, temos à disposição cada vez mais ferramentas que aprendem com os dados e nos permitem ser mais precisos, rápidos e eficazes. Todavia obrigam-nos, também, a ser mais éticos, mais críticos e, principalmente, mais humanos.
Não podemos também ignorar o facto de que a própria Medicina está a mudar. A IA já auxilia diagnósticos, interpreta imagens, antecipa riscos, lança alertas. Isso exige uma adaptação profunda na forma como comunicamos estes avanços. Como se explica, de forma clara, o que faz uma determinada ferramenta de IA sem banalizar o seu impacto, nem assustar quem a vai utilizar?
O Marketing na área médica, hoje, é um equilíbrio entre inovação e confiança. E a IA, apesar de poderosa, não substitui aquilo que nos distingue: o pensamento estratégico, a criatividade, a empatia. Ainda somos nós, humanos, que sabemos quando é altura de fazer uma pausa, ouvir um médico relatar uma experiência no terreno ou adaptar uma campanha a uma realidade local.
Por isso, vejamos a IA não como uma ameaça, mas como uma extensão do nosso potencial. Desde que saibamos usá-la com consciência, espírito crítico e propósito. Afinal, trabalhar neste setor é, todos os dias, um exercício de escuta e antecipação. E é isso que a IA, quando bem usada, pode potenciar: uma comunicação mais inteligente, mais próxima e — por que não? — mais humana.
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