Sem menosprezar os atentados, os quais lamento profundamente, o meu propósito maior ao escrever-lhe neste dia é remetê-lo a olhar para dentro. Para quê? É bem verdade que no último artigo lhe falei de relações tóxicas, de contribuirmos para as mesmas de forma inconsciente, muito por fruto de vivências marcantes aquando da tenra idade.

Então, se estamos a contribuir para atrair, viver e manter relações tóxicas, podemos observar que existe um terrorista interno.

Conseguimos ser tão duros connosco próprios. Duvidamos das nossas capacidades (por exemplo, mesmo após termos concluído 10 cursos), não sabemos acolher um elogio, pois acreditamos que não merecemos o mesmo (foi sorte ter corrido bem), estamos constantemente a compararmo-nos com os outros e a acreditar que eles é que são inteligentes, capazes, confiáveis e credíveis.

Quando um amigo, familiar, colega, nos pede um favor ou uma opinião, somos o primeiro a levantar a mão, a querer ajudar, a querer 'salvar', porém, quando estamos a tomar uma decisão para nós, a trabalhar numa intenção nossa, a escolher algo que nos faça feliz, nem conseguimos perceber o que é que nos faz feliz. Não é frustrante? É sim, bastante.

Atualmente existem inúmeros estímulos, imensos canais onde a informação se propaga e perde. Existe um lugar onde a informação circula e nós podemos resgatá-la a qualquer momento: o nosso corpo. Este fala connosco, dá-nos mensagens, alertas! Quando o nível de terrorismo interno é gritante, a probabilidade de adoecermos dispara. Quantos casos conhece de pessoas que mudaram as suas vidas após terem adoecido, por força do terrorismo que praticavam? Acredito que demasiados.

Podemos olhar com bons olhos e pensar que às vezes foi a melhor coisa que podia ter acontecido - a doença - mas, qual é, de facto, o preço de não nos amarmos? De não acreditarmos que somos merecedores de viver felizes com as nossas escolhas?

Promover pensamentos tóxicos, uma alimentação 'fast food', uma vida sedentária, relações indiferentes, automedicação para viver de forma apática ou 'baixar os braços' à vida são atos de terrorismo que deveriam ser denunciado. Todos, sem excepção, merecemos viver com amor e só nós podemos escolher agir de e para esta direção. 

Antes de voltar a verbalizar que foi sorte, recorde-se de quanto tempo investiu, do que é que se privou de fazer. Antes de acreditar que não merece que algo extraordinário aconteça na sua vida, ganhe consciência de que algo extraordinário aconteceu e teve oportunidade de vivenciar: acordou nesse dia, simples assim.

Oiça a sua música, escolha um livro com mensagens positivas, afaste-se de pessoas que não despertam a sua melhor versão. Abrace o seu corpo, passe creme de olhos fechados, sinta o seu toque. Alimente o seu corpo (o seu templo) de acordo com o que for da época (o corpo sabe e respeita ciclos), faça exercício (não porque quer ficar  escultural como o vizinho ou 'aquele influencer', mas pela sua saúde, para se sentir capaz, apto, flexível e VIVO).

Ice a sua bandeira branca, escolha o amor próprio.