Os castelos continuam a existir e devem ser cuidados, pois fazem parte do nosso património nacional, que disto ninguém desconfie ou se oponha. Como escreve Manuel Vilas no seu livro 'Em tudo havia beleza': "(...) se carecemos de história, há que perguntar então se alguma vez estivemos vivos."
No entanto, é igualmente verdade, que as princesas e os príncipes já não existem. Não da forma que nos fazem crer em crianças, na forma utópica, do sonho cor-de-rosa, em que nos encontramos e vivemos felizes para sempre.
Existe uma geração marcada pelas histórias da Disney, onde as princesas só eram felizes quando encontram o príncipe encantado - claro, depois de muito drama (inadequado para as crianças assistirem numa fase tão infantil, como por exemplo, perder os pais ou um animal de estimação muito querido. Uma violência gritante, disfarçada pela promessa do amor feliz para sempre.
O que gostaria de convidar à reflexão, hoje, é precisamente este aspecto de que nós não podemos estar confinados à ideia de que existe um príncipe ou princesa à nossa espera; não podemos acreditar cegamente que a partir do momento em que encontramos alguém para viver uma experiência de amor que será tudo cor-de-rosa. É precisamente a partir do momento em que as pessoas se encontram que os desafios surgem, e note bem que refiro 'quando as pessoas se encontram', pois até existir um encontro  - muitas vezes - existem imensos filtros de paixão e sedução.
Não é despropositado que as pessoas decidam experienciar viver juntos antes de decidir se avançam para um vínculo como o casamento, por exemplo. Pois é no dia a dia, na rotina, que as sombras de ambas as partes se evidenciam.
Podemos criar um castelo, podemos viver uma relação assumindo os arquétipos reais, porém é necessário aceitar que a aprendizagem se faz no decorrer de toda a experiência. Felizmente, atualmente, em muitos países, já existe a possibilidade do 'test drive' sem julgamento, sem pressão, contudo, ainda existe a necessidade de desmistificar que o príncipe e a princesa são pessoas reais, como nós. São pessoas com aspetos menos fáceis de lidar, com teimosias e inseguranças, como nós. E como nós porque nós é que lhes atribuímos o valor que consideramos ideal.

Quando corre mal com o príncipe/princesa é importante aprender que, tal como dizia Max Weber, "às vezes, a nossa vida é colocada de cabeça para baixo, para que possamos aprender a viver de cabeça para cima".
O príncipe ou a princesa que nos salva chama-se amor próprio, partilhou recentemente a atriz Catarina Gouveia, e de facto não existe melhor ferramenta, caminho mais amoroso para viver. Convido-o a assistir ao episódio #26 do podcast "A Vida Resolve-se Sozinha", da autoria da Catarina Beato, para o qual fui convidada e onde falo um pouco sobre 'isto' do amor próprio.
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