
A terceira sessão do julgamento que opõe a dupla Anjos e Joana Marques decorreu, esta segunda-feira, em Lisboa. A quarta e possivelmente última sessão foi marcada para o próximo dia 11 de julho, onde serão ouvidos o cantor Pedro Taborda, conhecido como Tatanka, e a própria humorista.
O julgamento deveria ter terminado esta segunda-feira, mas teve de ser marcada nova data, uma vez que faltou ouvir Tatanka, vocalista da banda The Black Mamba, a pedido de Sérgio e Nelson Rosado. Segundo o Observador, Joana Marques também pediu para depor, mas isso só poderá acontecer quando forem ouvidas todas as testemunhas.
Sublinhe-se que os Anjos decidiram avançar com um processo em tribunal contra Joana Marques depois de a humorista ter partilhado nas suas redes sociais um vídeo no qual fazia uma piada com a atuação dos cantores no Grande Prémio de Portugal de MotoGP, em Portimão.
A sessão de hoje ficou marcada pelos depoimentos dos humoristas Ricardo Araújo Pereira e Fernando Alvim, como testemunhas de Joana Marques.
Ainda antes de entrar em tribunal, em declarações aos jornalistas, Ricardo Araújo Pereira considerou que o que "os queixosos pretendem do tribunal é uma impossibilidade".
"É um vídeo de um minuto que exprime a seguinte ideia: não gostei muito desta interpretação musical", disse. "Não faz sentido processar a Joana Marques, ponto final".
Já durante o seu depoimento, o humorista afirmou que "assassinar uma canção é uma expressão bastante conhecida" e "não significa que se está a pôr quem assassina uma canção no mesmo plano que a Rosa Grilo".
No fim do depoimento, novamente em declarações aos jornalistas, o apresentador de 'Isto é Gozar Com Quem Trabalha' defendeu que a "Joana [Marques] não tem responsabilidade nenhuma sobre as pessoas que vão pôr comentários desagradáveis sobre os Anjos, que pelos vistos fizeram ameaças de morte".
"A interpretação que outras pessoas fazem do que dizemos não é controlada por nós", afirmou.
O radialista e humorista Fernando Alvim foi outra das testemunhas ouvida esta segunda-feira, por ter nomeado o vídeo partilhado por Joana Marques para o 'Monstros do Ano' - uma cerimónia de prémios humorística que tem como objetivo distinguir, irónica e satiricamente, alguns dos momentos mais marcantes da sociedade portuguesa.
"Estou aqui para falar dos Monstros do Ano, que organizo há 17 anos, e da sessão de 2022 para o qual os Anjos estavam nomeados", disse, em tribunal, citado pelo Observador, acrescentando que Nelson Rosado lhe pediu para "retirar um vídeo que foi exibido na gala".
"O Nelson pediu-me para retirar o vídeo, disse que não fazia sentido, que os prejudicava e, na verdade, eu já tinha feito a cerimónia principal, já pouco usava o vídeo, achei que não havia problema nenhum em retirá-lo dos outros vídeos", disse.
Fernando Alvim disse ainda que não teve conhecimento do vídeo através de Joana Marques: "Ele [o vídeo] já ia muito bem lançado. Eu já conhecia o vídeo antes de a Joana ter pegado nele", explicou, defendendo ainda que "Joana Marques é humorista e aquilo que está ali a fazer é um exercício de humor".
O que está em causa neste julgamento?
A banda defende que a paródia de Joana Marques levou ao cancelamento de vários espetáculos, prejudicando a carreira dos irmãos Rosado e provocando prejuízos avultados para os músicos e a restante equipa que os acompanha. Além do alegado prejuízo financeiro, dizem ainda ter sofrido danos psicológicos e ameaças que se estenderam a toda a família. Ao avançarem para tribunal pedem uma indemnização de mais de 1 milhão de euros.
A primeira sessão do mediático julgamento começou a 17 de junho, com Sérgio Rosado a partilhar perante o juiz que "teve uma crise de acne" provocada pelo stress. No dia seguinte, os artistas voltaram ao tribunal.
Leia Também: Durante pausa em tribunal, Anjos voltam ao palco e tomam medida cautelosa
Comentários