Diogo Faro esteve no "centro do furacão", conforme o próprio referiu, depois de ser visado em dois episódios da rubrica 'Extremamente Desagradável' de Joana Marques, na qual esta analisou as intervenções do humorista num podcast por este criado.
A comediante chegou, inclusive, a criar uma campanha de angariação de fundos destinados a Diogo Faro, destacando a insistência deste em pedir aos fãs que patrocinassem o seu trabalho.
Num vídeo de oito minutos que publicou esta terça-feira, 22 de outubro, Diogo respondeu a todos os pontos pelos quais foi alvo de gozo.
"De maneira simples acredito que as desigualdades entre cada ser humano são causadas estruturalmente pelos grupos que historicamente têm poder e não são algo natural. O meu objetivo enquanto artista e cidadão é lutar contra estas desigualdades", afirmou.
"Muita gente gosta de dizer que isto são muitas causas, muitas lutas, mas não, é só uma: é que toda a gente possa viver de uma forma, digna e livre (…) e não apenas uns quantos do topo da cadeira alimentar que vivem que nem reis à custa de todos os outros", defendeu.
Na visão do comediante, ser "anticapitalista não é ser contra haver dinheiro e troca comerciais. É ser-se contra a acumulação de riqueza e poder em poucas mãos e a sua injusta redistribuição".
"O problema é, obviamente, estrutural, mas nós podemos fazer escolhas, que lá está, às vezes erramos e somos inocentes. Nunca faria campanha para uma consultora imobiliária que contribui para a especulação (…) ou não faria para uma empresa como o Mcdonald's que distribui refeições gratuitas para os soldados israelitas em pleno genocídio", atira.
Note-se que Joana Marques deu a cara por uma campanha publicitária para a marca de fast-food recentemente.
"Ganho menos dinheiro? Sim. Durmo melhor. São escolhas", sublinha.
Diogo refere que as coisas que disse "foram tiradas do contexto" e que nunca escondeu que era um "privilegiado" em relação a várias coisas.
"Sim, o dinheiro depois será gasto em rendas, roupas, viagens, cerveja, orgias, porque é o pagamento de trabalho. Alguém pergunta aos outros artistas onde vão gastar o dinheiro do seu trabalho?", questiona.
A rubrica, segundo Faro, acabou por refletir-se nas próprias redes sociais. "O nível de ódio espoletado é bizarro. O nível de violência nas mensagens e comentários que recebo é bizarro. Chegámos ao ponto de ligarem à minha mãe para a insultarem e para me insultarem a mim, é escabroso".
"As coisas que eu defendo não são ódio, nunca me viram desejar a morte a alguém, nunca me viram a querer que alguém seja alvo de violência, que alguém tenha menos direitos, ou que seja discriminado", destacou.
O humorista, conhecido como 'Sensivelmente Idiota', defende que é preciso pensar-se nas consequências de se "humilhar" alguém coletivamente. "Eu estou fixe, sou uma figura pública, sei que estou exposto a isto, aceito, estamos aí. Mas e quem não está habituado a nada disto, está no seu cantinho, foi a podcast que ninguém ouve e de repente é posto no centro do furacão e é humilhado no país todo?
Veja o vídeo completo de seguida:
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