Fernando Pires lembrou o pai - que hoje teria quase 90 anos, uma vez que o progenitor foi pai aos 50 anos e era 18 anos mais velho que a mãe do ator.

O homem morreu quando o artista tinha 17 anos, vítima de cancro no pâncreas. "Nunca tinha lidado com a morte em si, no sentido de uma pessoa próxima", recordou, referindo que na altura chegou a "andar num psicólogo, algo que toda gente devia fazer".

"Na altura comecei a ter ansiedade, deve ter sido por causa disso [da morte do pai], mas até isso me fez crescer", acrescentou.

O ator contou que a partida foi um processo muito rápido: "O meu pai morre de cancro, mas quando descobrem que tem cancro, é operado e passado dois ou três dias morre".

"A imagem que tenho mais forte é de estar deitado e de ligarem do hospital - devem ter dito que as coisas estavam complicadas. A minha mãe veio ter comigo e disse-me que tínhamos que ir para o hospital porque o meu pai não estava bem. Essa é a imagem mais marcante que tenho", partilhou.

"Se o meu pai fosse vivo hoje, acho que era orgulhoso da pessoa que sou. Acho que está feliz e deve ter orgulho em mim, acho que sim", frisou ainda durante a conversa com Daniel Oliveira.

"A única coisa que temos a certeza é que vamos morrer, portanto, temos de saber viver com isso", disse. "Agora, claro que faz falta. Quem me dera ter aqui o meu pai, isso não há dúvida nenhuma", referiu, destacando que as memórias que guarda do pai "são sempre de coisas boas".

"Há músicas específicas que me fazem lembrar do meu pai, há coisas específicas e sempre num bom sentido", realçou, acrescentando que se lembra de o pai o ter "ensinado a ser feliz e a viver".

"Uma das maiores tristezas quando o meu pai soube que estava doente era saber que o ciclo dele cá estava a acabar, e ele gostava muito de viver", recordou.

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