Júlia Pinheiro revelou esta sexta-feira no seu programa das tardes da SIC uma entrevista única e reveladora com o ator Diogo Carmona, que em outubro do ano passado sofreu um acidente de comboio e ficou com um dos pés amputados.

Diogo Carmona diz ter sido burlado pela mãe

Recuando ao passado, Diogo conta que os problemas com a família, que antes do acidente tanto deram que falar na imprensa, começaram na adolescência. Aos 18 anos o jovem diz ter percebido que afinal, ao contrário daquilo que esperava, não tinha na sua conta parte nenhuma do dinheiro que ganhou com todos os trabalhos que fez na infância enquanto ator

"Não estava bem comigo e com as pessoas à minha volta por causa daquilo que estava a acontecer. Isso causou uma série de problemas", recorda, lembrando a época em que entrou na Escola de Teatro de Cascais.

Diogo insiste que aos cinco anos abriu uma conta em seu nome, onde era suposto estar o dinheiro que ganhava e que aos 18 anos percebeu que estava a zeros.

"Nunca houve uma conversa em relação a isso porque a minha mãe não consegue", desabafa, garantindo que apenas uma vez a mãe lhe pediu para usar o dinheiro em causa para pagar contas familiares.

"É quase um golpe financeiro que foi feito ao lado da lei", garante

O internamento numa clínica psiquiátrica

Ainda na escola de teatro, o ator passou por uma outra fase delicada ao perceber que estava sem novos projetos na área da representação. "Quando estava na escola recusei duas novelas", conta, explicando que na altura queria dedicar-se aos estudos.

Seguiram-se três anos em que não surgiram novas propostas e, sem oportunidades, este viveu dos 18 aos 21 anos a fase mais conturbada da sua vida.

Foi nessa fase que chegou a ser internado com o seu consentimento numa clínica psiquiátrica. "Na altura, com 18 anos, eu não tinha noção daquilo que estava a acontecer", lamenta, referindo que o internamento em nada o ajudou: "Não me fez bem".

"Entretanto não tive mais problemas de psiquiatria, estou bem", afiança, com a mesma convicção com que diz nunca ter vivido problemas relacionados à dependência ou consumo de drogas.

"Passei a fase da adolescência de experimentar e de usar, mas isso nunca foi um problema para mim".

Acidente ou tentativa de suicídio?

Em outubro de 2019 um alegado acidente de comboio deixou o ator com um pé amputado, o que levantou a tese de tentativa de suicídio. Rumor que Diogo desmentiu uma vez mais.

"Foi um acidente, infelizmente estava no sítio errado à hora errada", diz, explicando que estava apenas a fazer um caminho alternativo para o skatepark quando foi colhido.

A visita da mãe no hospital e a 'guerra' em tribunal

"Vários amigos e família se reaproximaram e isso foi importante, foi importante ver as pessoas que mais gosto à minha volta e com isto aprendi a ter força e motivação para ajudar outras pessoas", defende Diogo, que ainda no hospital recebeu também a visita da mãe.

"Depois do meu acidente a minha mãe foi visitar-me ao hospital, mas já não existe uma relação", afirma. "Não falo com a minha mãe, não temos relação".

Atualmente decorrem em tribunal dois processos em que Diogo e a mãe, Patrícia, estão envolvidos, um movido contra o ator e relacionado com os alegados crimes financeiros de que diz ter sido vítima e outro movido por Patrícia por alegada violência doméstica. Este último implica uma ordem de restrição que impede Diogo de se aproximar da mãe.

"Com a minha não há volta a dar, existe uma ordem de afastamento da parte do tribunal. Eu não me posso aproximar da minha mãe. Não faz sentido, mas não posso".

"Foram muitos conflitos, são muitas situações e há acusações mesmo muito graves contra mim", responde quando questionado sobre a possibilidade de uma reconciliação.

Mãe de Diogo Carmona quebra silêncio

Usando o seu direito de resposta, Patrícia Carmona ligou para o programa de Júlia Pinheiro como forma de relatar a sua versão dos factos.

"O que me preocupa como sempre preocupou é o bem estar do Diogo", começou por dizer, sem esconder a emoção que se sentia na sua voz.

"Não há aqui um ataque, nem haverá, da minha parte ao meu filho. Eu também não quero estar com o meu filho num tribunal, só não estou com ele porque não me deixam. Ele não pode estar comigo", adianta, numa clara referência à ordem de restrição que impede a aproximação de Diogo.

"Amo o meu filho incondicionalmente, mais do que a mim própria e, por isso, permiti que algumas coisas fossem mais longe do que deviam", completa.

Dívidas às finanças atrasam prótese

Diogo está atualmente em tratamento para recuperar do brutal acidente que sofreu. Já com alguma mobilidade, é com a prótese que espera conseguir voltar a ter total autonomia. Porém, problemas relacionados com dívidas às finanças estão a impedir a ajuda do estado neste sentido.

"Tenho uma divida às finanças que não fiz", conta, adiantando que além de pagamentos em atraso e multas há um carro em seu nome que diz nunca ter comprado.

Apesar de todos estes contratempos, Júlia Pinheiro fez saber no fim do programa que a tão desejada prótese está já a ser feita.

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