Em conferência de imprensa junto ao Ministério da Educação, em Lisboa, o dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), que convocou a greve, explicou que em causa estão reivindicações antigas como a falta de pessoal e a precariedade, problemas antigos que continuam sem resolução.

“Esta greve faz-se porque o Ministério da Educação e o Governo do PS não estão a responder com a necessidade e a responsabilidade com que deviam estar a fazê-lo para as escolas públicas estarem abertas”, disse, sublinhando que a federação é favorável à manutenção do ensino presencial.

Sobre a falta de pessoal, o dirigente sindical criticou a revisão da portaria de rácios, que vai permitir a contratação de mais 3.000 funcionários a partir de janeiro de 2021, denunciando que é insuficiente e não chega a todas as escolas.

“Nós temos 5.300 escolas. Isto é brincar com os trabalhadores não docentes, é brincar com a escola pública, é brincar com os cidadãos que têm direito à escola pública e não aceitamos este processo”, criticou, atirando o número que a estrutura sindical considera necessário: 6.000 novos funcionários.

Com este número, a FNSTFPS assume que algumas escolas cumprem o rácio previsto, mas Artur Sequeira assegura que a maioria tem menos funcionários do que previsto.

Na lista de motivos que justificam a greve, constam ainda o processo de municipalização que, segundo o sindicato, colocam os trabalhadores de diferentes escolas a trabalhar sob condições diferentes, a precariedade e as condições salariais dos trabalhadores.

“Se o Ministério da Educação quiser recuar esta greve, sabe muito bem quais são as respostas que tem de dar. Tem de encontrar soluções duradouras para estabilizar o corpo não docente das escolas”, afirmou o dirigente da FNSTFPS.

Artur Sequeira já tinha avançado à Lusa na segunda-feira a marcação desta greve sem precisar uma data.

O protesto acontece depois de uma outra greve convocada Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P.) para a primeira semana de dezembro, entre 30 de novembro e 04 de dezembro, dirigida a docentes e não docentes.

Também a Federação Nacional de Professores (Fenprof) está a avaliar a hipótese de uma greve para as primeiras semanas de dezembro.