“A greve nacional de todos os profissionais de educação (pessoal docente e não docente) vai continuar dias 20, 21 e 22 de setembro”, anunciou hoje aquela estrutura sindical, prolongando a paralisação que começou na terça-feira.

O STOP decidiu agendar uma greve para a semana de arranque do ano letivo de cerca de 1,2 milhões de alunos do ensino obrigatório para contestar a precariedade e exigir melhores condições de trabalho.

Ainda sem dados sobre o impacto da greve que começou na terça-feira e terminava hoje, André Pestana disse apenas que “há escolas um pouco por todo o país que estão encerradas”.

O STOP anunciou hoje que na próxima semana continua o protesto.

Á Lusa, André Pestana explicou que esta decisão vem no seguimento de uma sondagem realizada no início do mês pelo sindicato, que revelou que cerca de 80% dos inquiridos queriam fazer uma greve no início do ano letivo, dos quais 51% queriam que fosse durante mais de três dias.

Todos os profissionais de educação, incluindo os trabalhadores do ensino superior, estão abrangidos pelos avisos de greve do STOP, mas André Pestana reconhece que o protesto tem mais força junto dos profissionais de educação do ensino obrigatório.

Entre os motivos da greve está a municipalização da educação, que se traduz na transferência do pessoal não docente para as autarquias e “dispensa de trabalhadores, que estavam prestes a entrar para o quadro”, disse.

A greve tem ainda como objetivo denunciar os "concursos injustos" de professores que, segundo o STOP, faz com que docentes menos graduados ultrapassem outros mais graduados.

A precariedade de milhares de professores que ficam durante mais de uma década num regime de contrato, a avaliação com quotas e a idade da reforma são outros dos motivos para o protesto apresentados pelo sindicato.

Sobre a aposentação, o STOP defende que deveria existir um regime especial "sem penalização a partir dos 60 anos de idade e o direito a uma pré-reforma digna".

O STOP exige ainda que sejam atribuídos subsídios de transporte e de alojamento aos professores colocados longe da residência e que sejam aumentados os "salários de miséria" dos assistentes operacionais.

No que toca à progressão na carreira, o sindicato pede o fim do "estrangulamento no acesso ao 5.º e 7.º escalões".

Dentro das salas de aula, quer que haja menos alunos por turma e que sejam criadas medidas para combater a indisciplina.