Num comunicado enviado à agência Lusa, a associação refere que, “na sequência da falta de informação e respostas relativamente ao grave défice de pessoal docente e não docente, os pais decidiram organizar um protesto” sob a forma de vigília em frente à sede do agrupamento, no distrito de Lisboa, a partir das 21:00.

No dia 25 de outubro, a escola foi fechada a cadeado e os alunos concentraram-se em frente ao estabelecimento em protesto pelo mesmo motivo, fazendo greve às aulas.

Durante uma semana, a Escola Básica e Secundária Joaquim Inácio Cruz Sobral, sede do agrupamento, esteve sem aulas de Educação Física, por falta de dois funcionários que entretanto regressaram, disse hoje à Lusa a diretora do agrupamento, Joaquina Lourenço.

Desde há várias semanas que o bar e reprografia estão encerrados depois das 15:30 e a biblioteca fechada todo o dia por falta de funcionários.

Apesar dos protestos, o agrupamento continua a ter falta de oito assistentes operacionais, contando com um total de 30, disse a diretora.

“Dois faleceram este ano e não foram substituídos, três aposentaram-se no ano passado e outros três foram este ano para outros serviços”, explicou Joaquina Lourenço, para quem “os rácios não estão a ser cumpridos” por existirem “muitos alunos de educação especial e outros que não são autónomos”.

“Não estamos a conseguir garantir a segurança e vigilância dos alunos”, alertou, adiantando que a escola está aberta 12 horas por dia e o horário dos auxiliares é de sete.

Contactado pela Lusa, o Ministério da Educação esclareceu que o agrupamento foi autorizado a contratar três funcionários por tempo indeterminado, já recorreu à bolsa de contratação, para suprir ausências prolongadas, e foi-lhe atribuído um reforço de 21 horas.

Apesar disso, segundo a diretora, o agrupamento “não melhorou em nada” o número de funcionários, continuando a faltar oito assistentes operacionais.

Das três contratações por tempo indeterminado, foram colocados dois assistentes operacionais, mas um deles já trabalhava na escola e passou de um contrato a termo certo para um contrato a tempo indeterminado, justificou.

Já em relação às horas atribuídas a mais, Joaquina Lourenço recordou que esses funcionários só podem fazer quatro horas por dia e só substituem outros que estejam de baixa por mais de 30 dias”.

Por isso, “só na segunda-feira o concurso foi aberto ao fim de dois meses e os auxiliares não vão ser colocados antes do final de novembro e só podem trabalhar até abril, visto que têm de gozar férias antes de o seu contrato terminar em junho”, explicou.

A Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço tem estado a acompanhar o problema e a “fazer pressão constante” para que seja reposto o défice de auxiliares, disse o seu presidente, José Alberto Quintino.

O agrupamento, no distrito de Lisboa, possui cerca de 1.200 alunos (do 5.º ao 12.º ano).