Mais uma vez, a moda regressou aos ecrãs e, desta vez, foi possível ficar a conhecer mais temas e coleções de designers portugueses, que vão marcar o próximo outono/inverno.

O dia iniciou-se mais tarde e eram 16h30 quando as “portas” se voltaram a abrir e as conversas começaram a surgir. Já os desfiles esses, iniciaram-se ao final da tarde com a marca portuguesa Buzina a assumir o controlo da passerelle. Sob o tema “CLOUD: The Past Is Kept, The Future Is Ours” a coleção traz para a próxima estação um ponto de reflexão de uma linha de continuidade que a marca tem procurado seguir. Cloud é influenciada pelo “barroco metropolitano” do Baixo-Minho, onde Vera Fernandes nasceu e trabalha ainda hoje.

Os volumes, o recorte das silhuetas e os detalhes profusos remetem às “formas gordas” da decoração das igrejas setecentistas do Noroeste português. As estruturas dos vestidos acolchoados, com costuras geométricas decorativas revisitam a tradição e a herança da região.

Seguiu-se Duarte, também da plataforma LAB, que trouxe até ao público “REEF”. Uma viagem à Grande Barreira de Coral, para descobrir as cidades submarinas, cheias de vida, e infelizmente, uma crescente quietude de coral branqueado.

Num estilo cool e desportivo, entre algodões reciclados e orgânicos, plásticos marinhos reciclados pela Seaqual Initiative, tecidos tecnológicos e em tons de coral. As silhuetas são oversized vs fitted, enquanto nas cores ressaltam o azuis, os verdes, os laranjas, o corais, os lilases e também os brancos.

Constança Entrudo inspirou-se no inicio da série de artigos “The Worl we live in: Part II”para esta coleção que conta com estampas que refletem a natureza, mas ampliam-se na incorporação do bordado da Madeira e nas influências do movimento brasileiro Tropicália. Com detalhes que eleva a novos mundos a estética de manipulação têxtil e upcycling da designer, é possível ainda observar tapeçarias, tweed, patchwork e transparências.

A noite já se fazia sentir quando Valentim Quaresma teve como ponto de partida a Metaformose. A inspiração desta coleção, que utiliza materiais alusivos a invólucros de casulos, conseguidos através de manipulação têxtil feita com o desperdício de fios de seda com técnica de película hidrossolúvel, que remete para um imaginário de transmutação. Os materiais usados foram o desperdício têxtil (seda, algodão, poliester), tubos de ensaio em poliestireno, acrílico, vidro, resinas epoxicas, alumínio, upcycling de diversos materiais.

Por fim e não menos importante, Carlos Gil deixou mais uma vez as expetativas bem altas para o próximo outono/inverno. O designer apresentou uma coleção que remete para a aproximação, “Now Know”. O sentimento, a emoção e a partilha sempre foram as principais ferramentas para o equilíbrio e sucesso da identidade do designer.

A cor o abraço e o beijo são a base para a inspiração e desenvolvimento desta partilha de emoções que, mais do que nunca, são a prioridade de um tempo desconhecido.

Para amanhã o suspense mantém-se e o dia vai contar com nomes sonantes como é o caso de Luís Carvalho e Ricardo Preto. Não se esqueça de acompanhar tudo o que se tem passado nestes últimos dias aqui!