Num comunicado conjunto, os dois grupos afirmam ter "concluído um acordo definitivo para a aquisição da Tiffany pela LVMH a um preço de 135 dólares (122 euros) a ação. A operação avalia a Tiffany em 14,7 mil milhões de euros, 16,200 mil milhões de dólares".

"Temos a ambição de fazer brilhar esta marca emblemática com todo o cuidado e toda a determinação que conseguimos demonstrar em todas as marcas a que nos unimos ao longo da nossa história", disse Bernard Arnault, citado no comunicado.

"A Tiffany é uma empresa que goza de um património e um posicionamento únicos no mundo do mercado de alta joalharia e que inspira um imenso respeito e uma grande admiração da nossa parte. Estamos felizes ao permitir que continue a brilhar no futuro", completou Arnault.

Para o grupo francês, a aquisição "vai reforçar a posição da LVMH na alta joalharia e aumentar a sua presença nos Estados Unidos. A chegada da Tiffany, que se soma às outras 75 casas do grupo, vai dar uma nova dimensão ao setor de relógios e joias", resume o comunicado.

O grupo francês propôs inicialmente a 15 de outubro 120 dólares (108 euros) por ação da Tiffany, famosa pelos seus anéis de casamento e diamantes, antes de elevar a oferta para 130 dólares (117 euros) na semana passada.

A última oferta levou a Tiffany a revelar as suas contas à LVMH, que finalmente decidiu propor 135 dólares (122 euros) por ação.

No ano fiscal de 2018, o grupo francês registou vendas que alcançaram 46,8 mil milhões de euros, um recorde, com um lucro total de 6,4 mil milhões e uma margem operacional de 21,4%.

A joalharia de Nova Iorque, fundada em 1837, buscava há vários anos modernizar a sua imagem e atrair uma clientela mais jovem. O volume de negócios foi de 3,9 mil milhões de euros no ano fiscal encerrado a 31 de julho, 6,5% a mais que no período anterior.

O crescimento da empresa foi afetado pela valorização do dólar e a queda dos gastos dos turistas nos Estados Unidos.

A operação "acontece no momento em que a nossa marca está imersa numa transformação importante", disse Alessandro Bogliolo, diretor geral da Tiffany, citado no comunicado, no qual afirma esperar que "forneça suporte, recursos e um impulso adicional para alcançar objetivos".

"O Conselho de Administração concluiu que esta operação abre perspectivas muito promissoras com a LVMH, um grupo que aprecia os pontos fortes da Tiffany e poderá investir nos seus equipamentos e ativos únicos, oferecendo ao mesmo tempo um preço atraente e um valor claro aos seus acionistas", disse Roger N. Farah, presidente do Conselho de Administração.

A Tiffany emprega mais de 14.000 pessoas, incluindo 5.000 joalheiros artesanais. Também possui uma rede de mais de 3.200 lojas em todo o mundo, todas administradas diretamente, sem varejistas multimarcas.

O diamante é a sua principal atividade. Mais da metade das suas joias tem pelo menos uma dessas pedras.

A conclusão do negócio está programada para meados de 2020, "sujeita às condições precedentes habituais, incluindo a aprovação dos acionistas da Tiffany e as aprovações regulatórias", destaca o comunicado.