No último desfile da Semana da Moda, Slimane deu ao homem o mesmo que em março ofereceu à mulher: um regresso a uma época muito concreta, que poucos estilistas voltam a colocar em cima da passerelle de forma tão visível.

Resta ver como o mercado de luxo reagirá à aposta desta lenda da moda, que em setembro voltou às passerelles, dois anos depois da sua saída da Yves Saint Laurent.

Os modelos usam franja, óculos escuros de aviador, tops com gola em V, e avançam filiformes sempre com as mãos nos bolsos, com um estilo californiano típico dos anos 1970.

Usam elegantes fatos escuros com a gravata fina que Slimane já popularizou durante a sua gloriosa época na Dior Homem (2000-2007). Um cravo na lapela completa os looks mais clássicos.

O estilista introduz elementos chique-desportivos, como ténis brancos e casacos combinados com jeans, uma peça inédita na maioria dos desfiles da Semana da Moda.

Dominam os tons escuros, e as lantejoulas iluminam um fato ou um casaco, enquanto os estampados oscilam entre riscas, bolinhas e motivos felinos.

O homem Celine evita os excessos - no máximo um lenço cruzado no pescoço. O único complemento que se permite é um cesto, com frases que apelam à nostalgia e ao passado. Um deles diz "My own worst enemy" (O meu próprio pior inimigo).

Com a chegada de Slimane à Celine, a marca francesa lançou-se nas coleções masculinas. O estilista apresentou a primeira em janeiro, enquanto já lançou duas coleções de mulher.

A primeira delas provocou uma forte polémica, dado que muitos fãs da Celine o acusaram de romper com o estilo chique da marca para propor uma linha provocadora e, segundo alguns, vulgar. A segunda aplacou as críticas, com uma coleção mais sóbria inspirada igualmente nos anos 1970.

Paralelamente, os estilistas americanos Carol Lim e Humberto Leon apresentaram a sua última coleção para a Kenzo, num desfile misto que contou com a participação da cantora Solange Knowles, irmã de Beyoncé.

A dupla apresentou uma coleção colorida baseada nas mergulhadoras japonesas chamadas Ama que durante séculos mergulharam no oceano para procurar alimentos.

Depois de oito anos a trabalhar para a casa japonesa, os estilistas deixam a direção artística para se dedicar à sua própria marca, a Opening Ceremony, sediada em Nova Iorque.

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