De acordo com o comunicado emanado pela Associação para Defesa, Promoção e Inovação dos Restaurantes de Portugal, a Pro.var, e assinado pelo seu presidente Daniel Serra, o setor enfrentará o “enfraquecimento e desaparecimento de milhares de microempresas que deixarão marcas profundas”. Isto na expetativa do novo confinamento geral já a partir deste janeiro.

“Os empresários da restauração, com especial incidência nos restaurantes, afirmam que terão de despedir entre três a quatro trabalhadores por estabelecimento”. Informação que se segue ao inquérito junto dos empresários do setor, empreendido entre 4 e 10 de janeiro, em 542 estabelecimentos. Ainda de acordo com a nota informativa da Pro.var, os despedimentos podem “ultrapassar os cem mil trabalhadores neste primeiro trimestre”.

“Cerca de um terço das empresas do setor da restauração que já se encontram em incumprimento com o estado, trabalhadores e fornecedores, colocam a hipótese de não reabrir e estima-se que em relação aos incumprimentos a situação fique descontrolada, pois mais de dois terços (70,1%) das empresas dizem não estarem em condições de cumprir com obrigações futuras”, adianta o mesmo comunicado.

Face ao cenário negro para a restauração traçado pela Pro.var, aquela associação defende junto do Governo medidas de “caráter imediato”: “propomos o mesmo mecanismo encontrado no primeiro Apoiar, a criação de um APOIAR 2.0, para o último trimestre de 2020, atribuindo um apoio de 280 milhões de euros ( Apoio a fundo perdido dos custos fixos, com idêntica base de cálculo, 20% das perdas que se estimam serem de 1,4 mil milhões de euros, resultado de 70% de perda homóloga no valor de 2 mil milhões de euros), dividido por escalões que contemplem tetos diferentes para perdas superiores a 25% e 40%”.

Face a um cenário de empresas da restauração a funcionar em regime de take away, diz a Pro.var que “não é solução”. De acordo com os dados recolhidos no inquérito já referido, “a maioria prefere encerrar totalmente a terem apenas as cozinhas a funcionar com um quarto dos trabalhadores mas com custos”, adianta a Associação Nacional de Restaurantes.

A Pro.var, Associação para Defesa, Promoção e Inovação dos Restaurantes de Portugal, nasceu em dezembro de 2014.