O festival tem este ano o tema “A floresta”, com o intuito de alertar para a forma como as áreas onde nascem os cogumelos podem ser preservadas e sensibilizar para a necessidade da regeneração, tal como mostrar outras utilizações que o fungo pode ter além da gastronomia.

O presidente da Liga dos Amigos do Alcaide, Fernando Tavares, entidade organizadora, em parceria com a Câmara do Fundão realçou que o festival está consolidado como evento gastronómico e importa agora dar a conhecer outras utilidades dos cogumelos.

“O Míscaros tornou mais conhecidas as muitas formas como o cogumelo pode ser cozinhado e contribuiu para que várias espécies venham sendo descobertas para consumo. Este ano queremos mostrar como o cogumelo pode ser utilizado de forma diferente, por exemplo para fins medicinais, na ciência e mais valências que possa ter”, acentuou, em declarações Fernando Tavares.

Com vista a esse propósito, foram reforçadas as palestras, conversas, workshops, há conferências, os passeios micológicos esgotaram em duas horas e, além da incursão pela floresta, para aprender a detetar e apanhar cogumelos, está também prevista a presença de uma herbalista.

Nos passeios para conhecer as plantas da serra da Gardunha, nos passeios micológicos, conferências e palestras estão inscritas mais de 600 pessoas.

“Mostra que há interesse das pessoas em conhecer mais sobre o cogumelo, mas também mais sobre a floresta”, salientou o presidente da Liga dos Amigos do Alcaide, no distrito de Castelo Branco.

O responsável destacou a importância de alertar para a forma de estar na floresta e de compreender o ecossistema, com o desejo de que no futuro seja criada uma reserva micológica.

“A nossa Gardunha está cheia de riqueza. Se tivermos uma área completamente cuidada, no sentido de não haver lixo, de as pessoas saberem apanhar cogumelos, não irem lá com ancinhos ou com foices a tirar tudo o que veem à frente, produzem-se muito mais cogumelos”, referiu Fernando Tavares.

O presidente da Liga dos Amigos do Alcaide considerou importante aproveitar os cinco dias de festival para fazer pedagogia durante as visitas à floresta, para as ensinar, por exemplo, que não devem apanhar um cogumelo em desenvolvimento ou destruir os que são tóxicos.

“Nos passeios queremos não só ensinar que cogumelos comer, mas ensinar como é que devem colher os cogumelos na floresta e como é que devem cuidar da floresta”, frisou Fernando Tavares.

Além da cesta e das ferramentas, os visitantes vão também levar um saco para apanhar o lixo que encontrarem no caminho, adiantou o elemento da organização.

Segundo Fernando Tavares, o Míscaros – Festival do Cogumelo conta este ano com a presença de 14 chefs, o maior número de sempre, dois deles com estrelas Michelin: António Loureiro e Alexandre Silva.

O responsável garantiu que os milhares de visitantes aguardados podem contar com o habitual ambiente, muita animação de rua e a possibilidade de poderem experimentar várias receitas confecionadas em casa dos residentes, que também trataram da decoração da aldeia.

No dia 15 realizam-se no festival as IV Jornadas do Interior, promovidas pelo Jornal do Fundão, onde vão ser discutidos a agricultura, floresta e energia como vetores de desenvolvimento regional.