Maçã Bravo de Esmolfe

Originária da aldeia de Esmolfe, no concelho beirão de Penalva do Castelo, da Maçã Bravo de Esmolfe (DOP) encontramos registos desde o século XVIII. Atualmente é cultivada em perto de 30 concelhos do interior centro do país, mais concretamente na Região da Beira Alta e em parte da Cova da Beira.

Uma maçã muito apreciada, de aroma intenso e perfumado, polpa branca e macia, doce e com muito suco. Quem a adquire sabe que tem um fruto de conservação prolongada e com colheita a partir de setembro.

Porta da Loja e Riscadinha de Palmela, as maçãs portuguesas que todos devíamos conhecer
créditos: @Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro

Maçã da Beira Alta

É nos distritos de Viseu e da Guarda e aos concelhos de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil que vamos encontrar a área de produção da Maçã da Beira Alta (IGP)

A origem desta maçã liga-se intimamente à história do território. Os habitantes da região da Beira Alta perceberam muito cedo que tinham as condições ideais para a produção de excelentes maçãs. No caso desta maçã, é da família de diversas variedades dos grupos Golden, Gala, Red Delicious, Starking, Jonagold, Granny Smith, Jonared e Reinetas.

Os verões com temperaturas altas e com pouca chuva característicos da região de produção, conduzem a uma coloração intensa dos frutos e a altos teores de açúcar. Um facto que o consumidor vai perceber à mesa: a Maçã da Beira Alta caracteriza-se pelo seu bom paladar, perfume e capacidade de conservação.

Porta da Loja e Riscadinha de Palmela, as maçãs portuguesas que todos devíamos conhecer
créditos: @Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro

Maçã de Alcobaça

Falar da Maçã de Alcobaça (IGP) é encontrar-lhe a origem na área do território secularmente conhecido por “coutos de Alcobaça”, ainda nos séculos XII e XIII e da ocupação destes territórios com aptidão agrícola por monges. Territórios que correspondem às atuais áreas de produção da maçã. Numa época em que a doçaria estava pouco desenvolvida, a maçã servia de sobremesa depois de faustosas refeições.

Vamos encontrar atualmente a produção da Maçã de Alcobaça em diversos concelhos, como é exemplo, Alcobaça, Batalha, Bombarral, Caldas da Rainha, Leiria, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Rio Maior e Torres Vedras.

Trata-se de um fruto de polpa estaladiça, muito açúcar e acidez elevada, o que lhes confere um travo agridoce e aroma intenso.

Porta da Loja e Riscadinha de Palmela, as maçãs portuguesas que todos devíamos conhecer
créditos: @C.M. Alcobaça

Maçã de Portalegre (IGP)

Designa-se por Maçã de Portalegre (IGP) o fruto proveniente da Macieira (Malus spp.), variedade Bravo. Esta variedade regional, conhecida desde o século XVIII, provém da aldeia de Esmolfe, berço da variedade Bravo de Esmolfe. Sendo os seus frutos muito apreciados, obtiveram-se enxertos que disseminaram esta variedade por várias zonas de produção frutícola. A existência de maçã Bravo nesta região do país remonta ao início do século XX. Constituíu uma das várias tentativas bem sucedidas de fazer vingar esta variedade da maçã fora da sua área geográfica de origem.

É uma maçã média, redonda, achatada, de cor amarela esverdeada, com manchas rosáceas e pedúnculo curto. É muito saborosa, doce e apresenta um aroma pronunciado.

A área geográfica de produção está circunscrita aos concelhos de Marvão, Castelo de Vide e Portalegre.

Porta da Loja e Riscadinha de Palmela, as maçãs portuguesas que todos devíamos conhecer
créditos: @Porta da Loja e Riscadinha de Palmela, as maçãs portuguesas que todos devíamos conhecer

Maçã Porta da Loja

Trata-se de uma maçã muito rústica, de coloração manchada de vermelho e que aparece no mercado no início da Primavera. Produzida na região Norte do país, presume-se que tenha sido primeiramente produzida no Mosteiro de Tibães pelos monges Beneditinos.

Esta maçã está associada a uma tradição praticamente em desuso e que consiste em ser comida na noite de Natal. A maçã é assada no forno (Merelim de S. Pedro) ou nas brasas (Santo Estêvão do Penso), depois é misturada numa caneca de vinho verde tinto (vinho novo) e açúcar, sendo depois comida. A isto se chama "sopas de cavalo cansado", contrariamente ao que sucede em outras regiões do país onde este nome se aplica a sopas de pão e vinho com açúcar. Também em algumas aldeias era costume oferecer estas maçãs ao padre, pela altura da Páscoa.

O fruto tem uma cor básica amarela, mas muito manchada de vermelho, com carepa irregularmente espalhada dispersa. O sabor é ácido e polpa amarelada de consistência firme.

Porta da Loja e Riscadinha de Palmela, as maçãs portuguesas que todos devíamos conhecer
créditos: @Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro

Maçã Riscadinha de Palmela (DOP)

Palmela é conhecida como o solar da maçã Riscadinha. Esta variedade de macieira terá surgido no século XIX, no lugar de Barris, concelho de Palmela. A partir dos anos 20, do século passado, com o corte dos matos, a cultura da vinha e a da macieira expandiram-se, o que também levou a um aumento da produção de Maçã Riscadinha de Palmela.

Com a redução da exportação para Inglaterra da Maçã Espelho, a Maçã Riscadinha Palmela começou a sobrepor-se, pelas suas características gustativas, que é mais ácida.

Trata-se de uma maçã conhecida pelo seu excelente e característico sabor, pela sua utilização para perfumar as casas, devido ao seu intenso e inconfundível aroma bem como pela sua larga inclusão no receituário gastronómico regional.

A polpa da Maçã Riscadinha de Palmela é esverdeada, doce e acidulada, muito sucosa e aromática. Por vezes apresenta manchas translúcidas (e nesse caso diz-se «azeitada»), característica menos frequente nos frutos obtidos noutras regiões.

Porta da Loja e Riscadinha de Palmela, as maçãs portuguesas que todos devíamos conhecer
créditos: @Produtos Tradicionais Portugueses

FONTE: Produtos Tradicionais Portugueses