A Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP) recorda que a Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é “uma doença rara, incurável, invisível e altamente incapacitante, com sintomas como o cansaço extremo, a falta de ar, dor no peito, tonturas constantes e desmaios”.

“A hipertensão arterial pulmonar é uma sentença para os afetados. Além de ser uma doença sem cura, afeta significativamente a rotina do doente, que deixa de conseguir praticar desporto, realizar tarefas domésticas básicas, ter uma vida íntima com o seu parceiro ou até de brincar com os seus filhos. O impacto, infelizmente, não fica por aqui, uma vez que a maioria dos doentes têm também dificuldades na vida profissional, como incapacidade de trabalhar ou de manter um emprego a tempo inteiro”, lamenta Cátia Rodrigues, presidente da APHP. Os resultados de um estudo realizado pela GfK corroboram as preocupações manifestadas pela presidente da APHP. De acordo com os dados, 95% dos entrevistados indicaram que, se diagnosticados com HAP, os sintomas teriam um impacto negativo nas suas atividades diárias básicas. Além disso, 94% dos participantes afirmaram que seriam obrigados a mudar de profissão.

A Hipertensão Arterial Pulmonar é uma doença que tem maioritariamente consequências no coração, acabando por vezes em situações de falência cardíaca que levam à morte do doente. Afeta pessoas de todas as idades, embora se verifique que afeta mais jovens adultas. É geralmente diagnosticada por volta dos 36 anos e estima-se que mais de 90% das pessoas diagnosticadas tenham menos de 60 anos.

“Falamos de uma doença com uma esperança de média de vida de seis a sete anos, que são vividos em sofrimento, e que tem um impacto na produtividade de pessoas, na sua maioria, em idade laboral, que deixam de conseguir trabalhar. É crucial haver uma maior aposta em estratégias de diagnóstico precoce, mas também uma melhor resposta para o tratamento destes doentes, muitas vezes esquecidos.”, defende.

Os dados do estudo, resultantes de 801 entrevistas realizadas entre 22 e 29 de novembro de 2024, indicam que, após terem conhecimento do que é a HAP e das suas consequências, os portugueses não têm dúvidas acerca do elevado impacto da doença na qualidade de vida, sendo que 87% consideram que a vida pessoal seria a componente mais afetada, sobretudo devido à possibilidade de dependência de terceiros para realizar as tarefas básicas (75%).

As conclusões do estudo revelam ainda que 67% consideram que se existisse um tratamento que ajudasse a controlar os sintomas da doença, a atrasar a sua progressão e a melhorar a sua qualidade de vida, mudariam a forma como veem o impacto da doença e 83% afirmam que deveria ser dada urgência à comparticipação deste.