Em declarações à Lusa, João Rodrigues sublinhou que “é preciso dar confiança aos médicos e fixá-los” no Serviço Nacional de Saúde, defendendo que os concursos deviam abrir logo junto às épocas de exame (de fim de especialidade) e que todas as vagas deveriam estar abertas.

“Por exemplo, formamos 20, mas depois só abre uma vaga, quando são necessários mais. (…) É preciso medidas para reter os médicos de família e fixá-los”, defendeu o responsável, que apontou a necessidade de “agilizar concursos, abrir todas as vagas e dar confiança aos médicos”.

“Não basta contratar. É preciso dar-lhes confiança e fixá-los”, afirmou João Rodrigues, sublinhando que as vagas deveriam abrir todas e que os médicos deveriam poder concorrer a todas as vagas disponíveis, e não só àquelas que o Governo decide abrir.

“Se não puderem concorrer para onde querem acabam por ir para o privado”, constatou.

O especialista, que hoje participa na apresentação do 7×7 Medidas para os Cuidados de Saúde Primários - Uma Equipa de Saúde Familiar para Todos, que decorre em Lisboa, disse ainda que é preciso criar condições para ter mais Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B, que têm uma média de 1.750 utentes por médico, enquanto as unidades tradicionais têm 1.500.

“Se aumentássemos o número de USF modelo B chegaríamos a mais utentes”, considerou João Rodrigues, lembrando que ainda há 1,4 milhões de utentes sem equipa de saúde familiar.

As USF modelo B têm um grau de autonomia superior, uma vez que podem aceder a incentivos financeiros mediante o cumprimento de objetivos preestabelecidos.

O número de USF a constituir é estabelecido anualmente por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas pastas das Finanças e da Saúde.