Em declarações à Lusa, Fábio Sousa defendeu hoje que as juntas de freguesia deveriam estar envolvidas no processo “como parceiros ativos para um caminho conjunto que se está a fazer”.

“Compreendo a proteção de dados, tudo isso, eu percebo, mas considero que somos um parceiro para humanizar todo este processo de vacinação que começa agora pelas pessoas mais velhas”, disse.

De acordo com o responsável, os autarcas são aqueles que estão mais perto das populações, “conhecem as pessoas pelos seus próprios nomes” e poderiam ser uma mais-valia ao dizer antecipadamente aqueles que “necessitam de ter transporte ou os que precisam de ser vacinados em casa”, por exemplo.

“Podemos até ser só um órgão de informação e enviar cartas como fazemos por vezes aos mais de 65 anos, temos uma rede de contactos grande, podia ser útil juntar o nosso trabalho ao que já está a ser realizado”, adiantou.

Fábio Sousa mostrou-se também preocupado com uma situação que está a viver na sua freguesia, relacionada com o registo de um caso positivo de covid-19 (um residente) na Confraria São Vivente de Paulo, o que está a adiar a vacinação no lar.

“Temos quase uma centena de idosos e apenas um residente que está infetado, mas fica todo o lar por vacinar, o que cria alguma angústia em todos”, disse Fábio Sousa, lembrando que, apesar de os lares estarem na primeira prioridade na administração da vacina, tal não acontece se houver algum caso de infeção.

Também em Lisboa, o presidente da Junta de Freguesia de Campolide, André Couto, partilha da ideia de as juntas serem mais envolvidas no processo, avançando já ter demonstrado a sua disponibilidade para ajudar.

“Teve agora início, mas até ao momento não temos queixas de que o processo não esteja a decorrer bem. Há uma adesão razoável, mas a coordenação do processo não passa por nós”, referiu.

De acordo com o autarca, o apoio social será sempre fornecido em caso de necessidade. Os serviços podem ajudar “aqueles mais idosos que não têm telemóvel ou que têm pouca literacia e que têm receio de falhar a vacinação”.

“Mas ainda está tudo no início, vamos ver. Até agora está a decorrer bem, a população está entusiasmada e já tenho relatos de maior tranquilidade”, avançou.

O presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Ricardo Marques, explicou ser “ainda precoce ter alguns dados sobre como a vacinação está a decorrer”, pois está ainda “muito no início”.

“Até à data não tivemos qualquer relato de algum problema, mas penso que o número ainda é reduzido”, declarou.

A vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas arrancou na quarta-feira em Lisboa.