“O concurso aberto para 40 profissionais desta área em 27 de agosto de 2018 teve 2.528 candidatos admitidos e encontra-se em fase de realização de entrevistas”, disse Marta Temido na comissão parlamentar de Saúde, onde está a ser ouvida há mais de quatro horas sobre "Política Geral de Saúde".

A ministra explicou que “as entrevistas foram suspensas durante o período da covid-19 face à situação do país e, neste momento, está admitida a prestação de provas públicas por videoconferência, desde que tal tenha o acordo do júri e do respetivo candidato e se verifiquem condições técnicas para o efeito”.

Esta situação permite que “as entrevistas prossigam, tendo sido apenas ouvidos até agora 149 candidatos”, disse Marta Temido em resposta a questões levantadas pela deputada Bibiana Cunha do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN),

“Acompanhamos a preocupação e a necessidade de que este concurso decorra no mais curto prazo possível, mas de facto os métodos de seleção estabelecidos pelas regras gerais da administração pública relativamente a estes procedimentos concursais são o que são”, sublinhou.

Segundo Marta Temido, o mesmo está a acontecer com “o concurso para 40 vagas no ramo da nutrição, onde a única diferença é que foram admitidos 988 candidatos e já foram realizadas 246 entrevistas de seleção”, estando assim “o fim mais próximo de ser atingido, mas não sendo ainda estimável que possa acontecer antes do final deste ano”.

A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) tem vindo a alertar que “é urgente alterar a legislação que determina as regras de contratação dos psicólogos no Serviço Nacional de Saúde para reforçar rapidamente o seu número, com prioridade para os cuidados de saúde primários e aceleração da organização de serviços em curso”.

Por outro lado, defende a OPP, “é importante facilitar o acesso generalizado aos serviços prestados pelos psicólogos no SNS, particularmente nos cuidados de saúde primários, melhorando os circuitos de encaminhamento e referenciação.

“Estas duas necessidades traduzem-se na prática na importância de garantir o acesso atempado aos cuidados psicológicos a todos os cidadãos, garantir a realização de diagnóstico precoce e a sua monitorização, prevenir e promover a saúde mental nos cuidados de saúde primários, contextos laborais e escolares e desenvolver programas de intervenção para proteger e promover o bem-estar”, defendem os psicólogos.

Dados da OPP referem que existem cerca de 250 psicólogos nos cuidados de saúde primários, precisando que “por cada 100.000 utentes existem apenas cerca 2,5 psicólogos, sendo necessário pelo menos duplicar o número de profissionais disponíveis”.