O estudo "Genome-wide association analyses identify 44 risk variants and refine the genetic architecture of major depression", publicado na revista científica Nature Genetics, eleva para 44 o total de variantes genéticas associadas ao risco de depressão. Até agora conheciam-se apenas 14.

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Estas 44 variantes genéticas também podem explicar outros transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia, segundo o consórcio de cientistas responsável peslo estudo. "Isto é um divisor de águas", comentou Patrick Sullivan, diretor do Centro de Genómica Psiquiátrica da Universidade da Carolina do Norte e co-autor da investigação.

"Todos nós carregamos variantes genéticas para a depressão, mas aqueles com uma maior carga (de genes) são mais suscetíveis", disse a co-autora Naomi Wray, investigadora da Universidade de Queensland, na Austrália.

"Muitas experiências de vida podem contribuir para o risco de depressão, mas identificar os fatores genéticos abre novas portas para a pesquisa dos fatores biológicos", acrescentou.

Obesidade como fator incrementador do risco de depressão

Estar acima do peso ou ser-se obeso também se mostrou um fator de risco para depressão, segundo os dados. "Agora temos um olhar mais profundo do que nunca sobre a base desta doença humana terrível e prejudicial", disse Sullivan.

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O consórcio analisou meia dúzia de conjuntos de dados cobrindo mais de 135 mil pessoas clinicamente diagnosticadas com depressão e comparou os seus perfis genéticos com os de 344 mil pessoas sem sinais da doença.  Variações em 44 genes - 30 deles identificados pela primeira vez - mostraram uma correlação inequívoca.

Em todo o mundo, cerca de 14% dos adultos estão sujeitos a períodos de depressão profunda, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde.

Apenas metade dos pacientes diagnosticados respondem bem aos medicamentos e tratamentos existentes. 

"Este estudo lança luzes sobre a base genética da depressão, mas este é apenas o primeiro passo", disse a co-autora Cathryn Lewis, do King's College London.

"Precisamos de mais pesquisas para revelar mais fundamentos genéticos e entender como a genética e os agentes ambientais trabalham juntos aumentam o risco de depressão".