“O meu apelo é que este fim de semana as coisas corram bem. Se não correrem bem, nós vamos tomar medidas muito mais drásticas”, disse hoje o chefe do executivo, Miguel Albuquerque.

E reforçou: “Se houver abusos, se houver irresponsabilidade, nós fechamos essas zonas onde estão esses bares”.

O presidente do Governo da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, falava à margem de uma visita às obras de recuperação das infraestruturas danificadas pelo temporal de 25 de dezembro de 2020, na Ponta Delgada, norte da ilha, orçadas em cerca de 17 milhões de euros.

“Fazemos o encerramento, não tenham nenhuma dúvida”, disse aos jornalistas, apontando a Rua das Fontes e a Zona Velha da cidade como “zonas críticas” devido à grande concentração de bares e estabelecimentos de diversão noturna, onde habitualmente se juntam milhares de jovens.

Miguel Albuquerque garante que o executivo tem “legitimidade” para proceder ao encerramento dessas áreas em função da “salvaguarda da saúde pública”, sobretudo tendo em conta os “abusos” verificados nos últimos fins de semana, com apresentação de certificados e testes falsos e desrespeito pelo distanciamento e pela obrigatoriedade de uso de máscara.

“Se se voltar a repetir uma situação destas, nós encerramos imediatamente essa área. Vai depender da forma como as pessoas se vão comportar”, declarou, indicando que as outras atividades relacionadas com a quadra festiva, como a Noite do Mercado, de 23 para 24 de dezembro, e o espetáculo de fogo de artifício do fim do ano, vão manter-se conforme o previsto.

E salientou: “Se a situação se mantiver com os parâmetros de transmissibilidade e de infeção que estão a ocorrer neste momento, mantemos tudo”.

De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional da Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 250.000 habitantes, regista 1.445 casos ativos de covid-19, com 53 doentes hospitalizados, num total de 16.373 confirmados desde o início da pandemia.

A região sinaliza também 123 óbitos associados à doença.

Miguel Albuquerque sublinhou que o executivo pretende evitar o encerramento das atividades económicas na região autónoma, considerando que isso seria “o pior que podia acontecer”, pelo que disse ser fundamental manter intactas todas as medidas preventivas e profiláticas, bem como o controlo das cadeias de transmissão e a capacidade de resposta do Serviço de Saúde da Madeira.

O presidente do Governo Regional admite, por outro lado, que as novas restrições impostas a nível nacional e também por vários países europeus podem afetar o fluxo turístico para a região no período do Natal e fim de ano, mas indicou que, para já, os cancelamentos são “residuais”.