A infeção generalizada terá sido desencadeada pelo facto de Luke Hanoman roer as unhas compulsivamente. O britânico, pai de duas crianças, começou a sentir-se mal depois de ter mordido a pele inferior da unha, mas relacionou todos os sintomas com uma gripe.

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Para este homem de 28 anos, roer as unhas era um hábito diário e uma forma de controlar "os nervos".

No entanto, o dedo começou a mostrar sinais de inflamção, estando cada vez mais inchado. Foi nessa altura que resolveu ligar para uma linha de saúde, que lhe deu 24 horas para se dirigir a um serviço de urgência.

O britânico esteve quatro dias sob observação, até que os médicos conseguiram fazer o diagnóstico final: sépsis. "Os médicos disseram-me que tenho muita sorte em estar vivo", contou ao jornal britânico The Mirror.

A sépsis é causada por uma resposta imunitária do corpo a uma infeção. É mais comum que a infeção seja de origem bacteriana, mas pode também ser causada por fungos, vírus ou parasitas como os protozoários.

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Mais mortal que o AVC ou alguns tipos de cancro

A séptis pode manter-se no organismo mesmo depois da infeção primária desaparecer. É também uma das principais causas de morte em Unidades de Cuidados Intensivos.

A sépsis mata mais pessoas por ano no Reino Unido do que o cancro de intestino, da mama e da próstata juntos, escreve a BBC. Em Portugal esta patologia tem uma mortalidade três vezes superior à dos doentes internados com Acidente Vascular Cerebral.

Dados portugueses compilados pela Direção-geral da Saúde (DGS) indicam que 22% dos internamentos em unidades de cuidados intensivos têm por causa a sépsis adquirida. Estes casos originam uma mortalidade hospitalar global de cerca de 40%, ou seja quase três vezes superior à mortalidade dos casos de AVC internados no ano de 2007.

A mortalidade das formas mais graves, nomeadamente do choque séptico, atinge os 51%.