“A fatia dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica [a pedido do SNS] que é feita fora dos hospitais públicos tem vindo progressivamente a aumentar. É preciso perceber o que tem sido e é transferido para o privado, até para o Governo programar recursos”, afirmou à agência Lusa António Diniz.

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Em 2017, segundo o último relatório do acesso ao SNS que está publicado, foram pagos mais de 450 milhões de euros a unidades privadas ou sociais com convenções com o Estado, tendo havido um aumento de 2,37% em relação ao ano anterior.

Só ao nível das análises clínicas, o SNS pagou a outros prestadores mais de 170 milhões de euros em 2017.

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Entre 2013 e 2017 os encargos com entidades convencionadas foram sempre crescendo em cada ano.

Também o médico Filipe Froes, igualmente fundador do “SNS in Black”, dá conta deste aumento de exames feitos fora dos hospitais públicos.

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“É raro ver um doente que traz um exame feito no SNS, sobretudo na área da imagiologia”, referiu em entrevista à Lusa.

Os fundadores do “SNS in Black” ou “SNS: o lado B”, que surgiu há um ano, defendem ainda que é urgente esclarecer o significado aumento do investimento no SNS que tem sido defendido pelo Governo.

“Onde foi gasto, o quanto foi gasto e quanto foi transferido para o setor privado por perda de capacidade de resposta do SNS”, especifica Filipe Froes, defendendo que não basta dizer “que se gasta mais”, sendo antes necessário explicar e provar que se gasta melhor, com planeamento.