“No prazo de três meses, repito, três meses, as instituições aderentes ao Compromisso para a Humanização Hospitalar terão de definir um plano de ação com medidas concretas que devem abranger a globalidade dos serviços e profissionais de saúde, assim como identificar os prazos para a sua implementação”, afirmou Marta Temido.

A governante falava ontem na sessão “Compromisso para a Humanização Hospitalar”, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, cerimónia onde também marcou presença a secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte.

Este programa foi desenvolvido pelo Grupo de Trabalho para a Humanização Hospitalar, que foi criado pela Coordenação para a Reforma do Serviço Nacional Saúde (SNS) na Área dos Cuidados de Saúde Hospitalares, adiantou.

O objetivo é implementar projetos dedicados à humanização que se centrem nas pessoas – utentes, cuidadores e profissionais de saúde – e que garantam o bom relacionamento interpessoal e interprofissional e o respeito por valores humanos, acrescentou.

Esta medida abrange igualmente a humanização das relações, nomeadamente das entidades empregadoras do SNS com os seus profissionais porque é necessário desenvolver uma cultura de cuidar melhor de quem cuida dos outros, reforçou.

“Temos o dever de nos desassossegar e de não nos conformarmos porque o trabalho que temos de fazer de modernização do SNS não se compadece com um conformismo. Por isso, saibamos todos inconformarmo-nos com aquilo que não corre bem, sobretudo com aquilo que podemos fazer melhor”, vincou Marta Temido.

Entre as medidas do plano constam a criação de estruturas orgânicas próprias e autónomas destinadas ao projeto de humanização dos cuidados de saúde e de condições logísticas que garantem a privacidade dos utentes nos espaços destinados à realização de meios complementares de diagnóstico, consulta externa, internamento e urgência.

A personalização do cuidar, devendo o doente ser tratado pelo nome que quer, é outro aspeto a ter em conta, assim como a colocação de sinalética de orientação adequada e atualizada dentro do hospital e soluções técnicas/informáticas e de conforto físico que evitem filas em pé e demoradas para atendimento.

A implementação das medidas deverá ser feita em função da sua complexidade, estipulando-se um prazo de seis meses para medidas de baixo custo e fácil concretização, um ano para aquelas de complexidade intermédia e com custos que não requerem autorização ministerial, mas carecem de um tempo mais longo para serem concretizadas e entre dois a três anos para adaptações de espaços físicos para assegurar a privacidade dos doentes, para refeições ou para lazer.