A investigadora Sónia Cruz, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), laboratório associado da Universidade de Aveiro conquistou uma bolsa de 2,3 milhões de euros, a bolsa de valor mais elevado das seis atribuídas a Portugal.

Seguem-se Paulo Rocha, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que vai receber 2,2 milhões de euros, Elias Barriga, do Instituto Gulbenkian de Ciência, com um financiamento de 1,8 milhões de euros, e Bárbara Gomes, da Faculdade de Medicina de Coimbra, com igual montante.

As duas restantes bolsas, no valor de 1,5 milhões de euros, contemplaram o investigador da Universidade de Évora Ricardo Agarez e o psiquiatra e neurocientista Albino Oliveira-Maia, do Centro Champalimaud.

A bolsa atribuída pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC) a Sónia Cruz permitirá desvendar os mecanismos que possibilitam a incorporação e manutenção em células animais de cloroplastos fotossinteticamente ativos, revelou a Universidade de Aveiro.

“Esta capacidade, relativamente restrita na natureza, é intrigante, inclusivamente porque algum material genético essencial ao normal funcionamento dos cloroplastos foi transferido para o núcleo da célula vegetal durante o processo evolutivo da vida na Terra”, afirma Sónia Cruz.

A investigadora considera que a compreensão dos próprios processos celulares que possibilitam a incorporação desses organelos, provenientes de algas, em células de lesmas marinhas, “constituirá um avanço significativo nos domínios da biologia celular e da fisiologia”.

A bolsa agora obtida foi uma das duas obtidas por Portugal na área das Ciências da Vida, de entre um total de mais de 900 candidaturas.