Esta predisposição deve-se a uma mutação no gene supressor do tumor, designado de TP53, em que a proteína p53 produzida pelo gene é incapaz de ajudar a prevenir o desenvolvimento de carcinomas.

O gene TP53 codifica uma proteína que regula o ciclo das células, funcionando como uma supressão tumoral. A proteína p53 é considerada como a guardiã do genoma, dado o seu papel na conservação da estabilidade das células, impedindo a sua mutação.

A hereditariedade da Síndrome de Li-Fraumeni é autossómica dominante,  afeta indivíduos tanto do sexo masculino como feminino, dado que existe um risco de 50% de um descendente do portador da mutação herdar a mesma.

Os portadores da síndrome apresentam uma predisposição aumentada a uma variedade de neoplasias em idade precoce, geralmente abaixo dos 30 anos.

Os tipos de neoplasias mais comuns relacionadas à síndrome de Li-Fraumeni são:

- Sarcoma de tecido mole (tumor bastante raro que compromete os tecidos conjuntivos que ficam entre a pele e os órgãos internos);

- Osteossarcoma;

- Cancro da mama;

- Tumores cerebrais e do Sistema Nervoso Central (glioma, carcinoma do plexo coroide, subtipo meduloblastoma SHH, neuroblastoma);

- Carcinoma Adrenocortical;

- Leucemia aguda.

Os indivíduos com Síndrome de Li-Fraumeni que herdaram um gene p53 anormal, aproximadamente 50% irão desenvolver um cancro invasivo aos 30 anos e mais de 90% desenvolverão um carcinoma aos 70 anos.

A Síndrome de Li-Fraumeni é diagnosticada em famílias com um elevado risco de tumores raros em idades jovens, geralmente familiares diretos com diagnóstico de cancro abaixo dos 45 anos, sendo que um deles tem de ser sarcoma e se dois dos carcinomas forem sarcoma o critério da idade não se aplica.

Um artigo do médico Germano de Sousa, Especialista em Patologia Clínica.