Com o agravamento das taxas de juro, muitas famílias têm sentido dificuldades em suportar os encargos crescentes com as prestações de crédito. Os dados mais recentes mostram que só a prestação média do crédito habitação, a que mais pesa no orçamento familiar, subiu mais de 40% no último ano, com os juros a representarem já 57% do valor pago aos bancos, todos os meses.

No entanto, há algumas soluções que permitem reduzir os encargos com créditos e minimizar o impacto da subida dos juros no orçamento familiar. Conheça, neste artigo, quatro possibilidades.

1. Pondere transferir o seu crédito habitação

Uma das formas de poupar nos encargos mensais com o crédito da casa é tentar renegociar com o banco as condições do contrato. Se tal não for possível, pode equacionar a transferência do crédito para outra instituição financeira que lhe ofereça condições mais vantajosas.

Quando transfere o seu crédito para outro banco tem a possibilidade de alterar várias opções contratuais, uma vez que vai celebrar uma nova escritura. O que significa que pode alterar a modalidade de juros, aumentar ou reduzir a maturidade do contrato, reduzir o seu spread, remover produtos associados ao contrato de crédito habitação e até baixar o valor dos seguros de vida e multirriscos, mudando para outra seguradora. Lembre-se, porém, que é importante pedir várias propostas, analisar bem todas as condições e verificar se os custos da transferência estão cobertos pelo banco onde vai ter o seu crédito habitação.

2. Tem um imóvel? Considere um crédito multiopções

Se for proprietário de um imóvel, poderá considerar a possibilidade de contratar um crédito multiopções para reduzir os seus encargos. Na prática, um crédito multiopções é idêntico ao crédito hipotecário, estando sempre associado a um imóvel, livre de ónus ou já com um crédito habitação. Através dele, e com a garantia do imóvel, poderá obter um financiamento extra para liquidar outros empréstimos como o crédito automóvel, um crédito pessoal ou outros. Passa a beneficiar, assim, de taxas de juro mais baixas e prazos mais alargados, o que se traduzirá numa redução dos encargos mensais.

Contudo, para aprovar este crédito, o banco vai sempre avaliar o valor do seu LTV e da sua taxa de esforço, que não poderá ser superior a 50%. E atenção que, nesta análise, os bancos vão incluir todos os créditos que tem a decorrer e a nova prestação do crédito multiopções.

3. Se tem vários créditos, consolidar pode ser a solução

No caso de ter mais de dois créditos ao consumo – por exemplo, um crédito pessoal, um crédito automóvel ou cartões de crédito – uma possibilidade para reduzir os encargos mensais é optar pela consolidação dos créditos. Com um crédito consolidado, junta todos os empréstimos num só, ficando a pagar uma prestação única, com uma taxa de juro mais baixa do que a média dos juros de todos os empréstimos.

4. Tem uma poupança? Pode amortizar parte ou a totalidade dos créditos

Se tem uma situação financeira estável e conseguiu juntar uma poupança, pode equacionar a possibilidade de usar uma parte desse dinheiro para amortizar os seus créditos. Deve ter em atenção, porém, que o ideal é começar por amortizar os empréstimos que tenham as taxas de juro mais elevadas, como é o caso dos cartões de crédito ou créditos ao consumo. Só depois deverá considerar a amortização do crédito da casa.

Pode amortizar um crédito de duas formas: de forma total (liquidando o valor total em dívida) ou de forma parcial (diminuindo a sua prestação mensal ou o prazo do seu contrato de crédito). Para saber quanto ficará a pagar depois de amortizar o seu empréstimo, pode recorrer ao simulador de prestação após amortização antecipada.