Na manhã de hoje deverá haver uma reunião entre o presidente da cimeira e os representantes dos países, para se chegar a um texto final, mas o próprio presidente, Alok Sharma, tem dito que ainda há muito para resolver.

Durante duas semanas, mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos estiveram em Glasgow, Reino Unido, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030. O objetivo é impedir o aumento da temperatura do planeta, que leva a alterações climáticas.

Alok Sharma, reconheceu na quinta-feira, em conferência de imprensa, que ainda não havia acordo sobre “questões mais críticas” para se chegar a um texto consensual.

"Ainda há muito trabalho para fazer e a COP 26 está programada para encerrar no final do dia de amanhã [sexta-feira]. O tempo está a esgotar-se”, avisou na altura, salientando que se estava longe de finalizar questões muito críticas.

Os trabalhos continuaram na noite passada e hoje serão discutidos novos textos. Mas o ministro português do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, já apontava na quarta-feira o fim da cimeira para sábado. E Francisco Ferreira, presidente da organização ambientalista Zero, é da mesma opinião. Todas as conferências sobre o clima se prolongaram além da data prevista de encerramento.

Hoje, quando os países não se entendem por exemplo sobre o capítulo da mitigação, e quando já não há agenda oficial da presidência, há ainda uma agenda paralela, agora mais virada para questões culturais.

Será um dia dedicado a documentários, à arte e à cultura em geral, seja envolvendo crianças e jovens, seja organizações da sociedade civil.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.