Os sistemas instalados em seis edifícios da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FTUC) têm uma potência combinada de 430 quilowatts e uma produção anual suficiente para um veículo elétrico percorrer cinco milhões de quilómetros, disse hoje o vice-reitor e ex-diretor daquela faculdade, Luís Neves, salientando que se estima um retorno financeiro anual de 112 mil euros.

Hoje, foram inaugurados os últimos dois dos seis sistemas fotovoltaicos instalados no Polo II, num investimento total de 750 mil euros nesta tecnologia.

Segundo Luís Neves, o investimento da FCTUC na energia fotovoltaica arrancou em 2012 e, entre 2012 e 2019, a instituição registou um retorno financeiro cumulativo de 392 mil euros e uma redução cumulativa de emissões de 595 toneladas de CO2.

Na conferência de imprensa, o reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, salientou que a instituição "não acordou ontem para os problemas ambientais".

A UC pretende continuar a investir na energia fotovoltaica, para alcançar o objetivo de ser a primeira universidade portuguesa neutra em carbono até 2030, referiu.

No Polo III, a Universidade de Coimbra está a trabalhar com a Câmara Municipal de Coimbra e deve avançar em breve com sistemas fotovoltaicos naquele local, apesar de nem todos os edifícios poderem ter painéis instalados, notou.

No Polo I, face à questão da classificação como Património Mundial, será necessária a articulação com a Direção Regional de Cultura do Centro por forma a identificarem-se os locais e edifícios onde pode ser possível instalar os sistemas, referiu.

Questionado sobre a mobilidade na Alta de Coimbra, onde há uma grande concentração de veículos e de autocarros de turistas que ali param, Amílcar Falcão informou que a UC está em diálogo com a Câmara de Coimbra para encontrar soluções de mobilidade naquela zona da cidade.

"Pretende-se diminuir substancialmente o número de veículos que circulam no Polo I. Isso não significa que não vamos ter veículos, mas um ordenamento diferente e um fluxo diferente de veículos", nomeadamente através de alternativas em parques periféricos, disse.

Para Amílcar Falcão, a Universidade de Coimbra mantém "firme a intenção de olhar para as alterações climáticas como o maior problema" que a sociedade enfrenta e a aposta na energia fotovoltaica é apenas uma de várias medidas da instituição para fazer face à situação.