O céu movimenta-se com aspetos marcantes que nos convidam a repensar prioridades, reformular algumas estruturas, especialmente as internas e a procurar segurança emocional através da reflexão e do pensamento mais profundo. Estamos sob a influência da Lua Crescente, que traz uma energia propulsora e construtiva. Esta Lua entra em Virgem em tensão com Mercúrio em Gémeos, o que indica alguma inquietação mental, exigindo discernimento, organização e paciência para que as ideias se possam transformar em ações concretas.

Ao mesmo tempo, a entrada de Vénus em Touro, em tensão com Plutão em Aquário, e a entrada de Júpiter em Caranguejo no dia 08, pedem uma revisão profunda dos nossos valores, das relações familiares e das ambições pessoais.

A Lua Crescente em Virgem traz-nos uma necessidade acentuada de aperfeiçoamento, atenção ao detalhe, crítica e organização. Procuramos resultados concretos, especialmente na esfera do trabalho e da vida prática. É tempo de organizar o caos e separar o que é útil daquilo que já não serve na nossa rotina. Contudo, a tensão com Mercúrio, seu regente, pode provocar uma forte pressão entre pensamentos acelerados e a necessidade de estrutura interna, criando um conflito entre ação e reflexão.

Este aspeto pode gerar ansiedade, sobrecarga mental e dificuldades em priorizar tarefas, problemas de comunicação e um excesso de autocrítica que pode dificultar o início ou a continuidade de projetos. Podem ainda surgir conflitos entre o que é necessário fazer no plano prático e o cuidado com a saúde. O ideal é organizar-se com rigor, seguir uma agenda bem definida e respeitar os próprios limites.

Com a entrada de Vénus em Touro, temas como o amor, a beleza, as finanças, os prazeres e a autoestima tornam-se mais tangíveis e presentes ao longo da semana. É um período propício à busca por estabilidade. Vénus em Touro convida à construção, preservação e segurança, tanto emocional quanto material.

A tensão com Plutão em Aquário, representante das forças coletivas, exige um mergulho no inconsciente e um certo desapego. Pode trazer mudanças abruptas, levando-nos a confrontar sentimentos desafiantes como o ciúme ou a possessividade. Os nossos vínculos e valores podem ser postos à prova. Seremos, talvez desconfortavelmente, levados a despir-nos de camadas defensivas que julgávamos protetoras, mas que afinal só alimentavam uma falsa sensação de segurança.

Este despir emocional pode gerar tensões nas relações, sobretudo onde há medo da perda ou desejo de controlo. Também podem surgir desafios financeiros, que nos levem a reestruturar padrões antigos na forma como lidamos com o dinheiro. Pode haver uma tensão entre o desejo de pertencer e a necessidade de liberdade, convidando-nos a amadurecer emocionalmente.

Este mergulho pode ser intenso, por vezes até doloroso, mas também profundamente libertador, se for vivido com consciência. É tempo de transformar o apego em confiança, e o medo em entrega.

Após um ano em Gémeos, Júpiter entra em Caranguejo, signo onde está exaltado, ou seja, onde expressa de forma mais plena a sua natureza protetora, expansiva e benevolente.

Júpiter em Caranguejo leva-nos a reconectar com as nossas emoções, trazendo uma poderosa sensação de acolhimento e pertença. Voltamo-nos para a estrutura familiar, valorizamos as raízes e procuramos vínculos afetivos mais profundos. É um tempo para fortalecer tudo aquilo que nos alimenta emocionalmente, sejam pessoas, espaços ou práticas de cuidado.

Durante este ciclo, o nosso sentido de segurança manifesta-se nos laços que construímos com a casa, com a família, com amigos íntimos e com tudo o que nos nutre por dentro. É uma fase fértil para projetos ligados ao lar, à maternidade, à alimentação, às terapias e aos cuidados com o corpo e com a alma. Buscamos acolhimento e abrimo-nos a curas emocionais profundas que nos reconectam com a nossa essência.

Esta entrada de Júpiter inaugura uma nova fase coletiva, onde a sensibilidade se torna força e ganha espaço. Estaremos todos mais compassivos, empáticos e disponíveis para o outro. Contudo, Júpiter em Caranguejo também pode tocar em feridas antigas, trazendo à superfície questões emocionais não resolvidas, para que possam finalmente ser vistas, sentidas e curadas.