É originária da América Central e os astecas e os maias já a cultivavam antes da chegada dos espanhóis. De nome científico Crescentia cujete, a árvore-das-cabaças, que muitos também conhecem como cabaceira e cuieira, é uma variedade botânica da família das Bignoniaceae. Na década de 1990, aquando do arranjo paisagístico do pátio da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, onde foi colocada uma escultura da autoria de Amândio de Sousa, foram plantadas buganvílias no canteiro localizado a nascente.

Acontece que uma das mudas vindas do viveiro da Quinta das Cruzes não pertencia ao género Bougainvillea nem sequer era doutra espécie de trepadeira. Como o lapso não foi detetado por quem plantou e por quem acompanhou o crescimento das plantas, a intrusa foi sendo conduzida como trepadeira, apesar de não florir nos primeiros anos. Quando floriu pela primeira vez, aperceberam-se das flores amareladas que se escondiam na densa folhagem, confirmando que aquela planta não era, em definitivo, uma buganvília.

O espanto foi (ainda) maior quando, pouco tempo depois, começaram a aparecer frutos esféricos, que foram crescendo até atingirem entre 15 a 25 centímetros de diâmetro. Foi então que alguém identificou um exemplar de Crescentia cujete, uma árvore nativa da América Central, feita trepadeira à força no pátio da casa da democracia da capital do arquipélago. Mais de 30 anos após a sua plantação, esta árvore/trepadeira continua a produzir frutos, que ficam com a casca castanha e muito dura quando amadurecem.

Depois de retirada a polpa e as sementes, com a casca seca, são produzidos recipientes para líquidos, utensílios que já eram utilizados pelos astecas e os maias antes do desembarque dos espanhóis no continente e que, ainda hoje, mais de cinco séculos depois, continuam a ser procurados no México. Esta esfera biológica também é usada como caixa de ressonância de um popular instrumento musical afro-brasileiro chamado berimbau. Esta árvore embeleza muitos jardins e parques naturais em vários países.