
Bruno de Carvalho falou à imprensa esta quarta-feira, 13 de agosto, depois de na noite de segunda-feira ter sido expulso do 'Big Brother Verão' por agressão a Afonso Leitão.
O antigo presidente do Sporting recebeu uma expulsão direta depois de ter dado o que a produção considerou ser um "pontapé propositado" ao companheiro de jogo.
Ao conversar hoje com os jornalistas, Bruno de Carvalho mostra-se acima de tudo surpreendido com a decisão da produção, uma vez que, garante, que lhe foi dito horas antes que não seria expulso.
Bruno de Carvalho confirmou que a produção lhe disse que não seria expulso pela atitude que tomou ao final da tarde de segunda-feira e que abandonaria o programa naquela noite, no 'Especial', mas por ter manifestado vontade de desistir.
"Eu ia sair porque já tinha pedido para sair na noite anterior, por isso o meu choque. As pessoas quando estão frustradas, quando estão chocadas, têm atitudes. Eu nunca disse que era o super-homem, sou um ser normal, com uma capacidade acima da média, porque já passei por muita coisa na minha vida, mas, graças a Deus, isto não é um novo episódio por que eu tenho de passar. Por muito que tentem, as pessoas ficaram do meu lado, as pessoas percebem que aquilo foi um 'chega para lá', que não tem interesse absolutamente nenhum e eu saio deste programa com a consciência de que fui o mais votado para ficar a quatro semanas do fim".
Saída de Bruno de Carvalho estava combinada no contrato?
"Sim. [Estava combinado] que saía nesta semana, sim", confirmou o empresário e DJ, que apesar de não estar autorizado a falar sobre os contornos do acordo feito com a TVI e a Endemol, produtora do reality show, foi autorizado a revelar este detalhe.
"Foi assim que fizemos o nosso contrato e não posso falar sobre o contrato, mas foi assim. Eu cheguei a acordo para fazer dois programas, o 'Desafio Final' e este. E com as condições que eram. E sim, estava combinada a minha saída", reforçou.
Questionado se nunca seria um possível vencedor, tendo em conta o acordo feito, Bruno de Carvalho confirmou: "Não".
"Apesar de eu agradecer muito toda a gente que votou em mim. Saí como o concorrente mais votado para ficar [na gala do último domingo] e quero agradecer muito aos portugueses, porque cumpri os meus objetivos. Ninguém deve sentir-se defraudado de ter votado em mim, porque eu consegui cumpri na íntegra aquilo que era o meu objetivo", disse.
Contudo, fica a dúvida no ar: o que faria o púbico se soubesse à partida que existe com os participantes uma data acordada para abandonarem o reality show e que, apesar dos votos, não existe qualquer possibilidade de vencerem?
Bruno de Carvalho assume que entrou no 'Big Brother' por dinheiro
A propósito do objetivo que o levou a entrar no 'BB Verão', Bruno de Carvalho confirma que o fez por dinheiro e com o objetivo de ajudar os pais.
"O meu objetivo com estes dois programas era poder ajudar a minha mãe e o meu pai numa altura muito difícil da vida deles e onde o dinheiro é fundamental. Por isso é que eu aceitei entrar nestes dois programas. Com as condições que foram - e dentro das condições, sim, estava sair esta semana".
Ainda a respeito do dinheiro, referiu: "Para me manter, não preciso [do dinheiro dos programas], graças a Deus, tenho uma vida equilibrada. Mas, a partir do momento em que surgiu uma nova situação na nossa vida, percebo perfeitamente que tenho de ser um garante financeiro para a minha mãe. Sobretudo para a minha mãe, o meu pai, infelizmente, está muito lúcido, mas fisicamente muito mal."
"A minha mãe tem uma pensão de miséria, como é normal, infelizmente, neste país. Não lhe contabilizaram o tempo todo que ela trabalhou em Moçambique, terra que me viu nascer. É mais uma das coisas inconcebíveis deste país. Tem uma pensão de miséria e eu sei perfeitamente que tenho de ser o garante. A minha mãe terá que ir viver comigo e surgiu esta oportunidade de fazer dinheiro que posso na íntegra dar aos meus pais - para que consigam ter uma vida digna. Consegui dinheiro extra para uma situação, infelizmente, extra", explicou o DJ, que recentemente viu o estado de saúde do pai piorar consideravelmente.
Com o objetivo concluído e depois de ter participado em três reality shows, Bruno de Carvalho descarta completamente a hipótese de voltar a entrar num formato semelhante.
"Foi o meu último reality show. Faço o acordo para estes dois, devido a este problema específico. Já juntei o suficiente para poder permitir um descanso à minha mãe e ao meu pai, enquanto estiver vivo, e espero que seja durante muitos e bons anos, mas já consegui o conforto."
Ainda que não fosse um candidato à vitória por motivos contratuais, acredita que poderia ter sido o escolhido pelo público para levar o prémio para casa. "Se este programa não fosse o 'Big Trauma', para o Big Brother e para nós, que estamos lá e que somos pessoas normais, eu podia claramente ter saído vencedor, assim como no primeiro programa podia ter saído como vencedor. Mas é a vida", referiu.
O pontapé que "não é pontapé" e as condicionantes que dificultam as desistências
A respeito do alegado pontapé que motivou a sua expulsão, Bruno de Carvalho assume que a atitude foi propositada mas recusa chamar pontapé ao ato.
"Para começar, não é pontapé nenhum. Podemos dar duas conotações. Uma patada ou um 'chega para lá'. Aquilo no futebol não era falta, quanto mais para cartão amarelo".
Bruno de Carvalho afirmou publicamente que existem "condicionantes" que dificultam a desistências dos participantes. No seu caso, lembra, existia um pedido para abandonar o jogo desde a madrugada de segunda-feira - após a gala de domingo.
"No domingo, fomos ao confessionário três para sair. Eu, o Fábio Paim e o Viriato, fomos os três para sair. Eles não conseguiram passar da porta um, porque a porta um é uma porta complicada para se passar. Eu foi-me pedido para esperar, mas eu não estava à espera que tivesse que esperar 24 horas", disse.
"Foi-me dito que eu não sairia porque eram três da manhã e que não havia condições de segurança. Eu acho que havia todas as condições, porque os Ubers trabalham 24 horas por dia", acrescentou.
Bruno de Carvalho referiu mesmo que poderia não ter sido expulso e não ter o ato irrefletido que teve com Afonso caso o tivessem deixado abandonar o jogo assim que o pedido foi feito.
"Deixaram-me lá no dia a seguir, o dia todo, tanto que isto acontece por volta das sete da tarde. Quando nós atingimos o nosso limite, e quando já temos idade suficiente para nos conhecermos... Chamo isto o 'Big Trauma', vejo um Big traumatizado, completamente, porque passa o tempo todo a dar castigos, a dar sanções, a dar nomeações diretas, a dar cinco minutos para as pessoas se acalmarem, depois dá mais três minutos para as pessoas se acalmarem, depois pede para as pessoas se calarem, depois ninguém se cala", apontou.
Questionado sobre quais as condicionantes que dificultam as desistências dos participantes, disse: "Não posso falar". Quisemos então saber se estes motivos se prendem com o valor do cachê, uma vez que em edições anteriores os concorrentes perdiam todo o valor que tinham arrecadado até ao momento em caso de desistência.
"Eu nem iria por aí, mas não posso falar, infelizmente, o leão é um gatinho, é um gatinho amestrado e amordaçado. Mas talvez tenha mais a ver com botões, botões. Acho que é público que no confessionário temos de tocar num botão... Aquele botão é tramado."
Crimes
"É um 'Big Trauma' passar 24 horas a ver a lei portuguesa a ser vilipendiada, porque este programa não é um submundo. Este programa é algo que acontece sob a lei portuguesa e sob a lei portuguesa, criminalmente, são cometidos crimes diariamente. Eu nunca vi um programa com uma agressividade destas e não venham com expressões de 'fogo no parquinho' e de tensão, são crimes", apontou a respeito das atitudes e insultos proferidos por Catarina Miranda e Afonso Leitão aos restantes participantes.
"Há crimes de denegrir a imagem, há o crime de difamação", atirou. "Vejo-os a cometer crimes, atrás de crimes, 24 horas por dia e ainda não foram sancionados. Eles [Catarina Miranda e Afonso] cometem crimes perante a lei portuguesa, 24 horas por dia."
Entre os insultos apontados pelos colegas, Bruno de Carvalho refere o facto de alegadamente gozarem com o facto de ter fibromialgia, uma doença, de falarem "bafo que cheira mal", "velha rata" ou "gordo".
"[...] Isto não é brincadeira nenhuma, isto é criminoso. Isto é crime, crime de lesar a honra das pessoas que têm idade e a partir do momento em que um 'chega para lá' dá para a expulsão e crimes nem uma sanção têm eu não me sinto protegido", continuou.
Agir judicialmente contra Miranda e Afonso é uma hipótese?
Bruno de Carvalho assegurou ter provas suficientes para agir judicialmente contra Catarina Miranda e Afonso Leitão, relativamente aos alegados crimes a que se refere, porém explica que não o irá fazer: "Tenho recebido dezenas, centenas de mensagens a apoiar-me. Para vocês terem uma noção de como é o meu apoio neste momento, as minhas stories estão com cerca de 200 mil visualizações no Instagram."
"E tenho recebido muitas dezenas de mensagens de pessoas que são advogadas a dizer que sim, que haveria matéria para isso [agir judicialmente]. E até com os artigos todos, por isso é que eu percebi que eles incumprem a lei, mandaram-me os artigos da lei que eles incumprem. Sinceramente, acho que neste momento é muito mais importante eu dar apoio à minha mãe e ao meu pai, até porque eles são companheiros de 70 anos de vida, são os meus pais, do que estar a fazer isso. Mas isso não limpa o facto de eles terem cometido crimes com esta agressividade, que eu não admito que se chamem 'fogo no parquinho' ou tensão. São crimes cometidos reiteradamente pela Catarina e pelo Afonso neste programa, com uma agressividade nunca vista", continuou.
Questionado sobre se considera que Catarina Miranda e Afonso Leitão estão ser protegidos pela produção do reality show, Bruno de Carvalho voltou a lembrar que tem um acordo de confidencialidade que o impede de fazer revelações sobre o que se passa no programa.
"Eu não posso ter opinião. Eles vieram para enfrentar um leão, mas eu não passo com gatinho amestrado e amordaçado, porque eu estou sob sigilo de cláusula de confidencialidade - e uma cláusula que me diz que eu não posso falar do programa. Portanto, eu no fundo não sou um leão, sou um gatinho", rematou.
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