Nilton foi uma das celebridades que esta terça-feira, dia 2, aderiu ao movimento 'Blackout Tuesday' e usou as suas redes sociais para partilhar uma imagem preta nas suas redes sociais. Um gesto que, de forma inesperada, gerou discórdia entre os seus seguidores.

Entre os que o acusaram de estar a partilhar a publicação para estar na "moda" e os que manifestam sentimentos de ódio e raiva para com a causa que quis defender, foram muitas as críticas traduzidas em ofensas e comentários maldosos. E não sendo Nilton homem de ficar calado, nada ficou por responder.

"Estive agora a ler os comentários ao meu post e é impressionante o ódio e a raiva que pode causar uma simples imagem de um rectângulo preto. E confesso que hesitei escrever ou não algo, mas tenho de o fazer porque o que leio é extremamente preocupante. Questionar sequer qualquer movimento que vise apenas e só tentar chamar à atenção para um problema real como o do racismo (que não é um problema exclusivo dos EUA. É um problema do mundo e das pessoas que continuam a achar que há alguém abaixo delas), é algo que nem consigo conceber", começou por escrever o humorista, numa publicação onde faz questão de realçar que "defender que se acabe com o racismo não é concordar com as pilhagens ou qualquer outro acto que esteja a ser feito à margem deste protesto pacífico das redes sociais".

"Colocar um post com uma imagem a negro é uma chamada de atenção para um problema real e crescente, apenas e só", continua, explicando os motivos pelos quais decidiu aderir a este movimento.

"Sim, no meu caso aderi porque sinto nojo ao ver um ser humano ser morto perante gente a filmar e a suplicar para que o polícia o deixe respirar. Porque sinto nojo que em 2020 ainda se ache que há raças diferentes à face da terra e pior que tudo, que ainda se ache que nos devemos calar só porque não é em Portugal. É no mundo e o mundo será aquilo que fazemos dele e aquilo que ensinamos aos nossos filhos. E esta é uma questão preocupante porque quem pensa assim está a passar isto para a geração seguinte e a perpetuar este problema", defende.

Por fim, a resposta aos que o acusam de se juntar aos protestos para estar na "moda": "E para aqueles que dizem que aderimos a isto só para ter likes, queria mandar-vos à merda. Mas antes dizer-vos que antes de ser humorista sou um cidadão. E antes de ser um cidadão, felizmente livre, que pensa pela sua cabeça e não precisa de alinhar em 'modas', sou um ser humano. E se há coisa que me orgulho é de sempre ter tido a capacidade de olhar para o outro e ajudar sempre que está ao meu alcance, mesmo que seja com uma quase insignificante acção como a de colocar um post. Mas se isto faz confusão a tanta gente, se calhar temos de colocar esta imagem a negro mais vezes", concluiu.

Leia Também: Falar de racismo para ser "cool"? Atriz portuguesa revolta Sara Sampaio