É quando as crianças conseguem utilizar toda a sua sensibilidade a seu favor, que estão aptas a dar asas à sua criatividade sem limitações, sendo capazes de rapidamente pensar e criar soluções para o dia a dia.

No entanto, cada vez mais cruzamo-nos com crianças que parecem ter perdido a capacidade de ser criativas, que parecem ficar aflitas sempre que lhes pedimos para fazer diferente, para inventar uma história ou uma brincadeira.

A verdade é que à medida que uma criança cresce, muitas vezes, temos tendência - enquanto educadores e enquanto sociedade - para colocar um travão aos seus rasgos mais criativos.

Aquilo que acontece é que, de repente, as crianças entram para a escola e exigimos que sejam levadas durante muito mais tempo a reproduzir ao invés de criar, ao mesmo tempo que, as brincadeiras começam a ser cada vez mais estereotipadas e idênticas e que as tecnologias começam a ser uma parte cada vez mais significativa do dia a dia das crianças.

Nestas circunstâncias, as crianças começam a ficar cada vez mais mecânicas, cada vez menos espontâneas e cada vez menos capazes de criar. Por isso, tantas vezes, à medida que as crianças crescem, os adultos à volta delas, sentem que elas perdem o brilho, a magia e a garra, isto acontece, em parte, quando lhes “abafamos” a criatividade.

Por isso, é essencial que, se queremos crianças capazes de reagir em tempo real aos imprevistos, capazes de imaginar e de resolver conflitos, continuemos ao longo de todo o seu crescimento e percurso escolar a proporcionar-lhes espaço para serem espontâneas, criativas e com momentos de brincadeira livre de tecnologias.

Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.