De acordo com Beth Arky, essas dificuldades manifestadas sobretudo em casa e na escola, não raras vezes, despertam insegurança, stress e medos concretos. A falta de confiança pode mesmo afetar a autoestima, promover um retrocesso ao nível da socialização e transformar a capacidade de trabalho em fraqueza.

Conheça alguns dos medos mais comuns e saiba o que fazer para ajudar o seu filho a enfrentá-los.

Medo de falhar

O medo pode ser um círculo vicioso. Quando as crianças falham à primeira tentativa, podem não querer arriscar uma segunda. O medo do fracasso afasta-as muitas vezes de novas experiências, mergulhando num ciclo de falta de confiança que precisa ser quebrado.  O sucesso do seu filho a vários níveis da vida depende da superação do medo. Quanto maior a falta de confiança, maior o medo de arriscar.

Medo da vida social

Fracas aptidões sociais podem levar a que as crianças tenham medo de enfrentar a vida social, por exemplo, seguir sugestões e cumprir regras comuns do dia a dia. Por vezes, manter uma simples conversa com alguém pode ser algo verdadeiramente perturbador para estas crianças. Escondem-se do protagonismo. Não gostam, por exemplo, de dizer ou fazer algo embaraçoso na frente de outras pessoas, especialmente se, no passado, tiveram más experiências.

Medo de não ser capaz de evoluir

Esse medo geralmente aparece na escola primária. As crianças começam a comparar-se com seus pares e percebem que não estão ao mesmo nível.

Sofrem porque os problemas de aprendizagem ou atenção não lhes permitem acompanhar o ritmo da escola e dos amigos. É comum dizerem que se sentem “burros” ou “nervosos” por se sentirem diferentes.

Medo de sair de casa ou de perto dos pais

Crianças com problemas de aprendizagem e de atenção encaram com grande relutância a ida para a escola. Nem sequer admitem a hipótese de estar longe dos pais durante largas horas. Sentem-se protegidos e mais confiantes das suas capacidades quando estão em casa ou juntos dos seus. Sentem-se pressionados quando se sentem observados e colocados à prova.

Medo de explorar e descobrir

Crianças, e especialmente na fase da adolescência, querem ser aceites pelos seus colegas. Mas receiam que os amigos as desprezem quando perceberem que sofrem de problemas de aprendizagem ou de atenção. Optam, por isso, pela descrição. Não gostam de arriscar, de forma a que, mostrem o menos possível as suas dificuldades.

Medo do futuro

Esse medo manifesta-se de várias formas. As crianças podem ter receio de errar e fazer má figura no próximo teste, num recital de música ou num evento desportivo. Temem em excesso, por exemplo, não ter notas para entrar na faculdade, o desemprego ou a não aceitação por parte de um namorado.

Se o seu filho tem medo, existem maneiras de o ajudar. Procure um especialista. Em alguns casos, a ajuda profissional deve ser encarada como a melhor das alternativas. Há estratégias já ensaiadas com elevado grau de sucesso. Devemos promover a segurança da crianças e ajudá-la a sentir confiante. Demonstre que está preocupado e que é sensível às emoções do seu filho. Se o fizer, estará a contribuir para que seja uma criança mais segura e menos receosa.

Ideias-chave a reter

  • As crianças podem ter medo de perder “estatuto”, caso os colegas de escola descubram os problemas de que sofrem ao nível da aprendizagem e da atenção.
  • Se o seu filho não for bem sucedido numa nova tarefa imediata, poderá desenvolver alguma relutância em tentar de novo. Tem medo de falhar.
  • As crianças podem aprender a gerir os seus medos sozinhas, mas, regra geral, preferem pedir ajuda.