“O número de crianças que fogem da Ucrânia está a aumentar a cada hora e aproxima-se inexoravelmente de dois milhões”, disse Andrea Iacomini, o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância em Itália, num comunicado.

“Nestas horas cada vez mais dramáticas, os nossos escritórios dizem-nos que existem 3,3 milhões de crianças deslocadas internamente”, indicou.

Iacomini acrescentou que estas crianças “precisam de tudo, estão profundamente traumatizadas e carregam as cicatrizes indeléveis deste conflito e do cerco a muitas cidades”.

O porta-voz da UNICEF afirmou que, a cada dia que passa, estas crianças “estão mais expostas aos riscos de tráfico e exploração, fome extrema e doenças”, portanto, “os esforços de ajuda e proteção devem ser intensificados ou a sua condição piorará e pagarão um preço alto por uma guerra que não queriam”.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) revelou na segunda-feira que 3,48 milhões de cidadãos ucranianos, a maioria mulheres, crianças e idosos, deixaram o seu país como resultado da invasão russa.

Entre refugiados e deslocados internos, o ACNUR teme que cerca de 10 milhões de ucranianos, quase um quarto da população total do país, tenham sido forçados a deixarem as suas casas, de acordo com o Alto-Comissário do ACNUR, Filippo Grandi.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.