O sol é benéfico para a saúde quando a exposição do corpo humano ao mesmo é adequada. Uma exposição solar equilibrada é essencial no processo de síntese da vitamina D que contribui para o bom funcionamento do organismo. Contrariamente a outras vitaminas, esta pode ser produzida pela pele, através da exposição aos raios ultravioleta (UV).

Esta vitamina desempenha um importante papel na regulação do metabolismo ósseo, promovendo a absorção do cálcio e evitando a sua eliminação por via renal. Tem ainda um papel importante ao nível muscular, do sistema imunológico e do sistema nervoso, prevenindo o declínio cognitivo. É essencial ao crescimento, ao estado de humor e produção de melatonina. 

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A radiação UVA e UVB

Segundo dados do Infarmed, a radiação solar é composta pela radiação ultravioleta B ou radiação UVB (radiação solar no espectro de 290- 320 nm), e pela radiação ultravioleta A ou radiação UVA (radiação solar no espectro de 320-400 nm).

A exposição da pele à radiação solar pode provocar queimadura solar (inflamação) e vermelhidão da pele (eritema), causadas principalmente pela radiação UVB. Embora a exposição à radiação UVB seja a principal responsável pela ocorrência de cancro da pele, não se pode negligenciar o risco gerado pela radiação UVA que também conduz ao envelhecimento prematuro da pele.

A exposição excessiva a ambas as radiações tem um impacto nocivo no sistema imunitário.

Por outro lado, a exposição solar na infância contribui, de forma importante, para o desenvolvimento posterior do cancro de pele.

O que é o SPF?

O SPF – fator de proteção solar - é obtido pelo tempo necessário para a pele com proteção não ficar com eritema, dividido pelo tempo que demoraria se estivesse sem proteção. Assim o SPF é a relação entre a dose mínima de radiação UVB que causa eritema na pele protegida por um protetor solar e a dose mínima de radiação UVB que causa o eritema na mesma pele, quando desprotegida.

O “fator de proteção UVA” é a relação entre dose mínima de radiação UVA necessária para induzir um escurecimento persistente dos pigmentos na pele protegida por um protetor solar e a dose mínima de radiação UVA que é necessária para induzir este efeito na mesma pele, quando desprotegida.

A sua eficácia deve ser indicada no rótulo com referência a categorias: "baixa" (SPF 6 e 10), "média" (SPF 15, 20 e 25), "elevada" (SPF 30 e 50) e "muito elevada" (SPF 50+).

Mesmo os protetores solares muito eficazes e que protegem das radiações UVB e UVA não podem garantir proteção completa contra os riscos da exposição à radiação ultravioleta (UV), já que nenhum protetor solar consegue filtrar a radiação UV na totalidade.

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Precauções a ter com a proteção solar

Prevenir queimaduras e, a longo prazo, o cancro da pele é simples, basta ter alguns cuidados antes e durante a exposição solar:

- Usar sempre um protetor solar com um fator de proteção adaptado ao tipo de pele – o rosto necessita geralmente de um fator de proteção maior do que o escolhido para o corpo;

- Usar o protetor solar diariamente, nas áreas mais expostas ao sol;

- Aplicar o protetor solar 20 a 30 minutos antes de cada exposição solar;

- Evitar a exposição solar entre as 12 e as 16 horas (período mais prejudicial segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo – www.apcc.online.pt)

- Reaplicar sempre o protetor solar a cada 2 horas e após nadar e transpirar, já que a água e a transpiração diminuem a eficiência dos filtros solares;

- Usar óculos de sol, chapéus e bonés que ajudam a proteger o rosto, lábios e olhos;

- Não expor crianças muito pequenas diretamente ao sol;

- Os dias nublados também exigem o uso de filtro solar, pois nestes dias 40 a 60% da radiação solar atravessam as nuvens e chegam à superfície da Terra;

- Cuidado com a luz refletida – a luz do sol reflete na areia atingindo a pele, mesmo na sombra.

Uma pessoa que apresente sintomas de náuseas, febre alta, dores de cabeça, cansaço, pele vermelha e quente, sem suor, pode estar com insolação e necessitar de cuidados médicos de emergência.

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A Direção-Geral da Saúde (DGS) também tem um conjunto de recomendações para se proteger do calor:

- Mantenha-se hidratado (beba água, mesmo se não tiver sede);

- Use roupas leves e largas e não se esqueça do chapéu e dos óculos com proteção contra a radiação UVA e UVB;

- Evite exposição solar ou atividades físicas no exterior nas horas de maior calor (entre as 11h e as 17h);

- Sempre que estiver ao ar livre, use protetor solar com índice de proteção igual ou superior a 30. Renove a sua aplicação de 2 em 2 horas ou de acordo com a indicação da embalagem;

- Se possível, permaneça duas a três horas por dia num ambiente fresco ou com ar condicionado;

- Evite as mudanças bruscas de temperatura;

- Evite que a sua casa aqueça demasiado. Nos horários de maior calor, corra as persianas ou portadas. Ao entardecer, quando a temperatura exterior for mais baixa do que a interior, deixe que o ar circule pela casa.

- Seguir as recomendações do seu médico assistente;

- Esteja atento às previsões meteorológicas e proteja-se do calor, principalmente se tiver algum problema de saúde ou se pertencer a um grupo vulnerável;

- Mantenha-se em contacto e atento aos familiares e pessoas conhecidas que vivam isoladas, em especial, se forem idosas ou de grupo vulnerável.