Siriano, de 34 anos e na NYFW desde os 22, tornou-se recentemente uma das principais atrações na Semana da Moda.

Esta temporada teve como ponto de partida da sua coleção Outono 2020 os personagens e a atmosfera do filme “Birds of Prey”, inspirada no mundo da DC Comics e que estreou esta semana.

“A ideia principal é que todos nós carregamos uma Harley em nós”, afirmou Siriano à AFP antes do desfile, referindo-se à protagonista do filme.

Companheira do Joker, com quem rompeu o relacionamento, Harley Quinn encara uma anti-heroína radical que oscila entre o bem e o mal.

Siriano queria torná-la “mais romântica, mais bonita, mais elegante”.

Para isso, não economizou em lantejoulas e brilho, veludo e tecidos iridescentes.

O estilista, fã do filme, acrescentou o seu toque de glamour com vestidos longos, ombros reforçados, folhos, franjas e tecidos opulentos.

Também se inspirou no flamenco, com os seus folhos e chapéus largos de Córdoba, além do cubismo. Todos os últimos vestidos da coleção tinham ângulos.

Enquanto o mundo da moda questiona cada vez mais a relevância dos desfiles, para Siriano estes são absolutamente necessários.

“A moda é tão difícil hoje”, afirmou. “Se eu não tivesse isso atualmente (o desfile), algumas das minhas roupas não fariam sentido (...). É por isso que me levanto todos os dias, porque amo este mundo dos sonhos”.

O público celebra a energia do estilista que ganhou fama ao vencer uma temporada do reality show “Project Runway”.

“Corro muitos riscos e acho que isso intriga as pessoas”, conta o designer. “Nunca se sabe quem estará na primeira fila, ou quais serão as formas” das roupas, disse. “Acho que isso faz as pessoas quererem voltar”.

Mimado por Hollywood e pelo mundo do entretenimento em geral, Christian Siriano está a passar por um período infernal de trabalho entre o desfile de quinta-feira e a cerimónia dos Óscares este domingo, para a qual prepara muitos vestidos.

“Metade da minha equipa está no atelier agora” para preparar os vestidos para o tapete vermelho, confidenciou. “Nunca tivemos tanto trabalho”.