A 45ª edição do Portugal Fashion abriu hoje as suas portas na Alfândega do Porto, num dia que ficou inteiramente marcado pelos jovens designers da plataforma BLOOM, escolas de moda e ainda jovens designers internacionais.

Os primeiros a pisarem a passerelle foram os jovens designers das escolas Modatex e Cenatex, que apresentaram as suas mini coleções e deram a conhecer ao público o seu talento. A primeira ficou representada por Ahcor, que escolheu a hipérbole como tema da sua coleção. A designer deu ênfase às cores fortes, silhuetas estruturadas e tecidos com textura. E também por Arndes, que apresentou uma coleção baseada num puzzle e na desconstrução das peças existentes. Da Cenatex foi a vez de Ercília Pinho subir à passerelle com a coleção REFFO, onde o foco principal foi a preocupação social da entrada dos refugiados na Europa. Já José Pontes inspirou-se no trabalho dos arquitetos David Connor e Kate Darby, para construir a sua coleção onde as cores predominantes são o preto, o laranja, o amarelo e também o azul.

De seguida, as escolas ESAD e EMP abriram caminho na alfândega para mostrar as coleções dos seus alunos. Da ESAD, Fabiana Pereira foi a primeira a mostrar a sua coleção sob o mote ‘Post-Its’. Uma coleção inspirada no avô e que tem como foco as sobreposições de vivências. Marcelo Almiscarado apresentou ‘Torto’, uma coleção que tinha como base as deformações físicas causadas pela deficiência motora, designada de pé torto. Da EMP foi a vez de Ana Rita Milhazes trazer o mar como inspiração para a sua coleção, enquanto Tânia Sofia apostou numa abordagem mais arquitetónica para a sua coleção.

ESART e FAUL foram as escolas que se seguiram. Da primeira, Débora Barros apresentou ‘Vazio’, uma coleção que reflete esta complexidade e que expressa o irrealismo da arte fotográfica de George Rousse. Paula Branco viajou até às cidade de Hong Kong e Tóquio, com uma coleção onde é possível observar a discrepância entre o caos social e a ordem. Da Faul foi a vez de Lost Signal Project é o nome da coleção cápsula de menswear, baseada nos diferentes componentes dos fatos de astronauta. Já Inês Baptista surgiu com uma coleção cápsula, que refletiu uma homenagem a um episódio que atuou como liberação.

Dentro desta plataforma foi a vez de passarmos aos designers mais “velhos” com o BLOOM UPLOAD. Os primeiros a apresentarem as suas coleções foram Carolina Sobral, ARIEIV, João Sousa e 0.9 Virus. Carolina Sobral trouxe o ‘Swimming Pool’ para a passerelle da Alfândega do Porto, num cenário retro e muito cinematográfico. ARIEIV apresentou ‘Solve et Coagula’, uma coleção inspirada no amor que nos mata e que nos devolve a nossa alma a uma imensidão de escuridão. João Sousa optou por se inspirar nos cineastas exploradores Beverly e Dereck Joubert, que encontraram um leopardo com mais de 2 mil anos em África. 0.9 Vírus trouxe uma abordagem diferente para a sua coleção com o tema ‘Agri, um ser livre e selvagem’. O ser humano é a personagem principal no sentido em que se transforma o meio em que vive, estimulando assim profundas alterações no mesmo.

Seguiu-se uma novidade desta edição, foi a primeira vez que sete finalistas da Milano Moda Graduate Winnes tiveram a oportunidade de apresentar em Portugal as suas coleções e mostrar o que de melhor se faz na Itália, uma parceria com a Camera Nazonale Della Moda Italiana.

De volta a “Portugal” seguiram-se Unflower e Maria Meira. Unflower apresentou ‘Joyride’, uma coleção que retrata formas deambulantes que parecem dançar sobre um fundo plano. O uso e abuso de aplicações com diferentes formas, misturadas com pérolas e flores, fazem com que esta coleção seja bastante divertida. Maria Vieira optou por uma abordagem diferente, com uma coleção que pretende marcar uma posição relativamente a temas atuais, como é o caso da sexualidade, da violência doméstica, da violação, do racismo e das homofobias.

O início da noite trouxe a coleção de Rita Sá, a última jovem designer a desfilar na passerelle da Alfândega do Porto, com o tema ‘À Mão de Semear’. A coleção para a próxima temporada retrata a figura de alguém que vive tão despreocupadamente em relação ao que lhe pertence, que se sente confortável em deixar tudo à mão de semear.

Se pensou que o dia tinha acabado por aqui, isso não aconteceu. Katy Xiomara encerrou este primeiro dia de Portugal Fashion num sítio muito especial, o hotel Tipografia do Conto, com uma apresentação inovadora que fugiu ao modelo tradicional de desfile. Sob o tema ‘After Now’ a coleção encontra-se envolta por uma pergunta ‘Depois do agora, um depois, ou um continuo agora?’ sem apresentar um novo código ou linguagem, mas questionando os movimentos circulares da vida.

Amanhã segue-se mais um dia repleto de desfiles com nomes como Carla Pontes, Inês Torcato, Luís Buchinho, entre outros, que voltam a abrir as portas da Alfândega do Porto. Enquanto isso, pode ir acompanhando tudo por aqui!