O impacto do novo coronavírus

A participação dos ratalhistas e meios de comunicação chineses em Londres foi significativamente reduzida devido às restrições de viagens impostas pela nova epidemia de coronavírus.

Um duro golpe para a indústria da moda, já que os chineses são os maiores consumidores de luxo do mundo.

Esta epidemia tem um "impacto negativo significativo" na procura de luxo, alertou a Burberry a 7 de fevereiro, obrigada a fechar temporariamente 24 das suas 64 lojas na China. As outras funcionam em horários reduzidos.

Enquanto as infecções excedem 72.000 casos na China continental e cerca de 900 em cerca de 30 países, o British Fashion Council, organismo que representa a moda britânica, tomou medidas de precaução com a limpeza completa do local do desfile principal.

No entanto, nos desfiles, poucos usavam máscaras no rosto.

Otimismo

Está preocupado com o coronavírus? O inverno parece interminável? Observe as coleções coloridas da sérvia Roksanda ou da britânica Molly Goddard para se animar.

Entre as peças de mais destaque de Roksanda está um volumoso vestido de festa laranja fluorescente com cauda violeta.

Os icónicos vestidos de tule de Molly Goddard são sobrepostos em tecidos jacquard, para um visual infantil e alegre.

Texturas e volumes é o "novo estilo", explica JW Anderson. Para a sua nova coleção, quis "algo otimista". Como bom irlandês, inspirou-se na famosa cerveja Guinness para as cores e design de alguns vestidos.

"Havia algo de bonito na tipografia da Guinness, ouro, preto, um pequeno toque de prata", explica o criador.

Quer ser a rainha da noite? Opte por um fato de lantejoulas Halpern com calças pata de elefante ou um fato com cristais, com capuz a combinar de Richard Quinn.

Exploração do estilo britânico

Numa época de introspecção para o Reino Unido, no contexto do Brexit, os estilistas recorreram a materiais tipicamente britânicos, como o tweed Harris em Vivienne Westwood, com rombos bege clássicos iluminados com toques violetas.

Margaret Howell, que comemorou os 50 anos da sua marca este ano, manteve-se fiel ao estilo britânico, com uma capa de chuva curta com pernas nuas, saias plissadas e gravatas-borboleta atadas às blusas. Um estilo colegial chique.

Com tartans escoceses, calças bege e capuz de lã, as modelos estão prontas para um fim de semana em Balmoral, a residência de Isabel II na Escócia.

Para a Burberry, o diretor criativo Riccardo Tisci continua a revisitar a capa de chuva que tornou a marca famosa, de forma a rejuvenescer e a tornar mais sexy. Na sua quarta temporada, criou casacos híbridos entre o cobertor e a capa e misturou de forma ousada diferentes estampados quadriculadas.

Consciência ambiental

Não é mais possível para os estilistas ignorar o impacto ambiental da sua indústria, que os ativistas do movimento Extinction Rebellion fizeram questão de lembrar num dos seus protestos no sábado.

Usando materiais renováveis, "upcycling" (a nova vida de roupas e acessórios), os estilistas  inovadores foram destaque numa exposição do British Fashion Council sobre "moda positiva".

As grandes marcas também estão a mudar. A Burberry anunciou que o seu desfile foi certificado como "neutro em carbono" e Tommy Hilfiger apresentou a sua coleção como a mais ecológica já produzida.

Este ano a Semana de Moda também propôs trazer roupas de qualidade para a troca.

O irlandês Richard Malone, um dos jovens estilistas mais avançados no campo do desenvolvimento sustentável, recebeu o prémio internacional Woolmark na noite de segunda-feira, enquanto o primeiro prémio de inovação Karl Lagerfeld recompensou a americana Emily Adams Bode, uma verdadeira ás do upcycling.