De salientar que é na região do Tejo que a casta Fernão Pires se exprime de forma mais marcante, dando origem a vinhos brancos monocastas ou blends – de jovens e frutados, ideais para momentos de descontração do dia a dia, a vinhos complexos e gastronómicos, a pedir companhia à mesa –, mas também a frisantes, espumantes, colheitas tardias, licorosos e até orange wines.

Enunciados segundo ordem de prova sugerida pelo sommelier Rodolfo Tristão, embaixador dos Vinhos do Tejo,  são o Casa da Atela Fernão Pires branco 2021, da Quinta da Atela; o Quinta da Alorna Fernão Pires branco 2021, da Quinta da Alorna; o Cabeça de Toiro Terroir Fernão Pires Reserva branco 2021, da Enoport Wines; o Gutta Supera branco 2020, da Herdade Tinto e Branco; o Casal da Coelheira Private Collection Fernão Pires branco 2021, do produtor Casal da Coelheira; e o Encosta do Sobral Fernão Pires Vinhas Velhas branco 2020,  do projeto com o mesmo nome e que pertence ao grupo Santos & Seixo.

Casa da Atela Fernão Pires branco 2021 – IG Tejo (Quinta da Atela)

Criada em 1346 e situada na margem sul do rio Tejo, no concelho de Alpiarça, a Quinta da Atela conta com 105 hectares de vinha. A sua mais recente novidade, o Casa da Atela Fernão Pires branco 2021 (12,75 euros) provém de uma vinha com cerca de 20 anos de idade, instalada em solos arenosos de charneca, pobres e bem drenados. No copo, este branco apresenta uma cor citrina e aromas de frutos citrinos (lima e limão), assim como algumas notas florais. Na boca, é fresco e equilibrado, com acidez moderada e bem casada. Apresenta algum volume e boa persistência final.

A casta Fernão Pires oferece-nos vinhos versáteis. 6 néctares que nos chegam da região do Tejo
créditos: Gonçalo Villaverde

Quinta da Alorna Fernão Pires branco 2021 – DOC do Tejo (Quinta da Alorna)

Situada na margem sul do rio Tejo, em Almeirim, a Quinta da Alorna conta com uma área de 160 hectares de vinha, dispostos entre dois dos terroirs: a charneca e o campo. A vindima das uvas que deram origem ao Quinta da Alorna Fernão Pires branco 2021 (6,50 euros) teve lugar após controlo de maturação, com vista a obter-se um vinho com teor de álcool provável moderadamente baixo, de modo a preservar os percursores aromáticos e a frescura dada pela acidez natural das uvas. No copo, este branco de cor limão, apresenta um aroma puro e elegante, revelando toda a expressão da casta, com notas de maçã verde, lima, pêssego e rosas. Apresenta um equilíbrio singular na boca, com final vigoroso e longo, onde persiste a frescura.

A casta Fernão Pires oferece-nos vinhos versáteis. 6 néctares que nos chegam da região do Tejo
créditos: Gonçalo Villaverde

Cabeça de Toiro Terroir Fernão Pires Reserva branco 2021 – DOC do Tejo (Enoport Wines)

É na Quinta São João Batista, situada no terroir do bairro, entre o vale do Tejo e os maciços de Porto Mós, Candeeiros e Montejunto, que nascem os vinhos da Enoport Wines que envergam a marca Cabeça de Toiro. De cor verde cítrica aberta, o Cabeça de Toiro Terroir Fernão Pires Reserva branco 2021 (9,99 euros) apresenta um aroma intenso, com destaque para os frutas tropicais, envoltos em notas tostadas. No paladar é suave e frutado, com notas de madeira resultantes dos quatro meses de estágio em barricas novas de carvalho francês. É uma boa companhia para peixes e para um torricado, prato tipicamente ribatejano, feito à base de pão torrado e bacalhau regados com azeite.

A casta Fernão Pires oferece-nos vinhos versáteis. 6 néctares que nos chegam da região do Tejo
créditos: Gonçalo Villaverde

Gutta Supera branco 2020 – DOC do Tejo (Herdade Tinto e Branco)

Da autoria do produtor Herdade Tinto e Branco, proprietário da Quinta do Paral, no Alentejo, o Fernão Pires que dá vida ao Gutta Supera branco 2020 (15,00 euros) tem origem em 1,5 hectares de vinha velha – com mais 50 anos –, situada em solos de charneca de Almeirim. Os seus aromas são complexos, com fruta tropical e citrina evidenciada pelas notas tostadas da madeira. É um vinho equilibrado, elegante, com elevada frescura e persistência. Harmoniza com saladas, mariscos e, em especial, peixes grelhados.

A casta Fernão Pires oferece-nos vinhos versáteis. 6 néctares que nos chegam da região do Tejo
créditos: Gonçalo Villaverde

Casal da Coelheira Private Collection Fernão Pires branco 2021 – DOC do Tejo (Casal da Coelheira)

 O projeto de vinhos Casal da Coelheira resulta de uma paixão familiar, que tem vindo a passar de geração em geração e que cresce nas margens do rio Tejo, junto à vila do Tramagal, fazendo assim parte do terroir bairro, uma das três zonas distintas de produção do Tejo. O Casal da Coelheira Private Collection Fernão Pires branco 2021 (9,00 euros) foi produzido a partir de uvas da casta Fernão Pires, colhidas no ponto ideal de maturação de forma a preservar toda a sua frescura e elegância. Parcialmente fermentado em barrica, demonstra uma grande harmonia entre a elegância e a estrutura. Trata-se de um vinho com uma produção bastante limitada, que está pronto a ser bebido agora, mas apresenta um potencial de evolução longevo – até 2030, segundo indicação do produtor. Pede comida, com destaque para peixes, marisco e carnes brancas.

A casta Fernão Pires oferece-nos vinhos versáteis. 6 néctares que nos chegam da região do Tejo
créditos: Gonçalo Villaverde

Encosta do Sobral Fernão Pires Vinhas Velhas branco 2020 – DOC do Tejo (Encosta do Sobral)

Localizadas na sub-região de Tomar – a zona de produção mais a norte do Tejo –, as vinhas do projeto Encosta do Sobral distinguem-se pelos seus terrenos de xisto. Produzido a partir de uvas provenientes de duas pequenas parcelas de vinhas velhas com 65 e 93 anos, o Encosta do Sobral Fernão Pires Vinhas Velhas branco 2020 (20,00 euros) apresenta uma cor citrina brilhante, notas citrinas e tropicais, assim como alguma mineralidade e madeira bem casada. Apresenta uma acidez natural bastante vincada, o que lhe garante estágio em garrafa. Na boca, é um branco largo, untuoso e com final longo e persistente. Acompanha bem pratos de peixe assado no forno e queijos curados.

A casta Fernão Pires oferece-nos vinhos versáteis. 6 néctares que nos chegam da região do Tejo
créditos: Gonçalo Villaverde