Desde 2009 que o site Ranker vem cativando os quase 50 milhões de utilizadores mensais a listagens e votações a propósito de tudo o que pode ser levado a uma tabela. Na prática, poucos itens ficarão de fora. Votações que incluem desde as casas mais icónicas em séries de televisão às apostas sobre os vencedores dos Óscares. O mundo alimentar também está consagrado em dezenas de categorias.

A página da empresa sediada em Los Angeles, lançou uma votação no sentido de eleger entre 15 personalidades históricas, aquela com o apetite mais extravagante no que toca aos comeres.

Embora possa ser discutível o rigor histórico relativo à prova sobre algumas das afeições alimentares das personalidades aqui listadas, sempre nos aproxima das mesmas e nos traz uma abordagem menos conhecida, a dos pratos que fariam, caso já tivesse sido inventado o automóvel, estes senhores percorrerem duzentos quilómetros por umas tripas guisadas.

George Washington, primeiro Presidente dos Estados Unidos (1732-1799)

Um tempero frequente do período colonial americano era o Ketchup de cogumelos, um molho rico, particularmente adorado pelo primeiro presidente da jovem nação, os Estados Unidos da América. Consta que George Washington terá começado por provar este ketchup sem tomate ainda durante o serviço militar. Uma receita que incluía, naturalmente, o tomate, mas também anchovas e rábano. Ainda hoje é produzido e utilizado por chefes de cozinha como o criativo inglês Heston Blumenthal.

Darwin comia Tapir, George Washington ketchup de cogumelos. Os gostos extravagantes na história

Charles Darwin, naturalista britânico (1809-1882)

Darwin não se limitava a viajar, catalogar e engendrar uma teoria que viria a redefinir a forma como olhamos para o mundo e para nós próprios. Na sua viagem a bordo do navio Beagle, para além de recolher informação base para escrever o seu “A Origem das Espécies”, o naturalista britânico, provava alguns dos animais que descobriu. Uma destas espécies exóticas que, aparentemente, lhe terá agradado foi o Tatu, de carne “semelhante a pato”.

Darwin comia Tapir, George Washington ketchup de cogumelos. Os gostos extravagantes na história

Charlie Chaplin, ator, diretor e produtos cinematográfico (1889-1977)

Ao que reza a história, o muito inspirado Charlie Chaplin, nascido em Londres, no Reino Unido, morria de amores por três acepipes, tripa estufada, ensopado de cordeiro e caril. Consta que seriam sabores que trazia das suas memórias de infância, tanto que, em idade adulta, na sua casa nos Estados Unidos, era frequente a esposa cozinhar os petiscos de eleição do criador de filmes como “O Grande Ditador” (1940) numa pantomina do líder alemão Adolf Hitler.

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Winston Churchill, político britânico (1875-1965)

É inegável pelas provas fotográficas e filmadas que nos chegam a este século XXI que o carismático político britânico não passava sem um bom charuto. À mesa, os gostos de Winston Churchill não abandonavam um palato requintado e, consta, que adorava uma sopa de tartaruga. Terá mandado, inclusivamente, servir a dita sopa aquando da visita a Inglaterra do presidente norte-americano Franklin Roosevelt.

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Alfred Hitchcock, cineasta (1899-1980)

Se há realizador que deixou uma assinatura perene num género cinematográfico, esse homem é o britânico Alfred Hitchock, o “Mestre do Suspense” que nos legou filmes como “Os Pássaros” ou “Vertigo”. Consta que, à mesa, o cineasta adorava um bolo que continha entre os ingredientes presunto, ovos, sal, noz-moscada, pimenta caiena, leite e uma cobertura de trigo.

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Helen Keller, escritora e ativista social norte-americana (1880-1968)

Para a história Helen Keller ficaria eternizada pela sua carreira de escritora, conferencista e ativista de causas sociais, nomeadamente em prol de pessoas com deficiência. Acresce que não obstante a sua surdez e cegueira foi a primeira pessoa a alcançar um bacharelato. Keller tinha particular gosto por cachorros quentes. Tanto que as assistentes não raras vezes saiam com a, também filósofa, para que pudesse degustar, numa banca de rua, o hot dog.

Helen Keller

Albert Einstein, físico teórico alemão (1879-1955)

Certo dia Albert Einstein inquirido sobre o que mais o cativava em Itália, terá respondido, “pasta e matemática [aqui aludindo ao matemático  Tullio Levi-Civita]”. O homem que deu ao mundo, para o melhor e para o pior, a fórmula E=mc2, adorava um bom prato de esparguete.

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Napoleão Bonaparte, político e militar francês, (1769-1821)

Diz-nos a História que Napoleão Bonaparte não colocava nas exigências de mesa o mesmo empenho das campanhas militares que lançou na Europa. Era frugal, nada gourmet, em suma um homem prático. Uma das batalhas decisivas na sua jornada imperial foi a de Marengo, no Norte de Itália, contras as tropas austro-húngaras. Ai, em 1800, nos fulgores da quezília o cozinheiro de campanha, Dunand terá criado um prato de improviso à base de frango frito em azeite com tomates e cebolas. Um acepipe para a posteridade que terá agradado a Bonaparte.

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Ludwig van Beethoven, compositor alemão (1770-1827)

Ficou para a posteridade a afeição que o génio da música, Ludwig van Beethoven, teria por sopa. Em concreto uma sopa de pão nada parca no que respeita a ovos, entre dez a 12 unidades. Terá sido o criador das nove sinfonias a afirmar que "qualquer um que diga uma mentira não tem um coração puro e não pode fazer uma boa sopa".

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