Reza assim a narrativa: “Um quarto das vinhas do Douro foi misteriosamente destruído por uma praga nunca antes vista na região. Há rumores que toda a produção possa estar em risco”. Há um suspeito: Jack Carrapato, famoso investidor de vinhos, detentor de uma invejável coleção de vinho do Porto. Um tesouro que vale, agora, após a catástrofe, mais de cem vezes o preço inicial.

Está dado o mote para a experiência que o SAPO Lifestyle viveu em pleno centro histórico do Porto. O jogo chama-se “Vinho do Porto - O Fim?”, a narrativa situa-se na década de 1970, e desafia-nos, a entrar no escritório secreto de Jack Carrapato, lugar escondido nas caves do vinho do Porto. Nos próximos 60 minutos há que, em equipa, até cinco jogadores (a versão extended do jogo admite oito), descobrir provas que incriminem o empresário.

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Este é um entre os vários Escape Games que a Exit Games instalou num edifício na Praça Guilherme Gomes Fernandes. O conceito é simples, resolvermos um enigma em curto espaço de tempo, e nasceu, inicialmente, nos jogos de computador.

Hoje, é um fenómeno que mobiliza milhões de jogadores à escala global, movimentando-se entre continentes, para acumularem experiências em diferentes salas. Na Europa, de acordo com a equipa da Exit Games, este fenómeno entrou pela Hungria.

Aqui, na Exit Games da Invicta, somos postos à prova numa sala com dois por três metros quadrados. O início de uma aventura em muitos passos e carregada de adrenalina. Tanta quanto conseguimos encaixar nos 60 minutos em contagem decrescente no relógio. Volvidos 3600 segundos percebemos que trabalhar em equipa sob stress pode ser uma experiência caótica. Isto quando se juntam seis amadores nestas lides. Meia dúzia entre as muitas centenas que já viveram os jogos da Exit Games. Alguns aventureiros trazem na bagagem mais de cem desafios em Portugal e no estrangeiro, partilha com o SAPO Lifestyle um dos membros da equipa da Exit Games.

Perpassamos uma porta em madeira de aspeto duvidoso. Range o soalho. Somos despojados de todos os artefactos que nos possam pôr em contacto com o mundo exterior. São-nos deixadas algumas advertências por parte da equipa da Exit Games. “Quem entra na sala não pode sair. Não são permitidas fotos. Somos controlados através de vídeo vigilância. Há um botão de pânico para, em extremo, abrirmos a porta antes de tempo. O objetivo: recolher provas sob a forma de um código, revelador do mistério, e acesso à saída”. Na prática, escapar, antes da chegada de Jack Carrapato. Tudo um jogo, seguro, divertido, mas com uma boa dose de ambiente de filme negro.

A partir do momento em que soa o início da contagem decrescente, estamos entregues a nós mesmos. Movimentamo-nos na penumbra, rodeados de objetos que nos remetem para o Alto Douro Vinhateiro, para a paisagem natural e humana que é Património da Humanidade pela UNESCO, desde 2001. Há tonéis, barris, fotografias do grande rio, das adegas, há garrafas com o precioso néctar duriense, malas, baús, chaves e cadeados, uma parafernália, compartimentos secretos de objetos que nos deixam confusos.

O vinho do Porto está em perigo. Temos 60 minutos para o salvar.

Há que encaixar todas as peças de um enorme puzzle. Isto dentro do tempo previsto. Poderia esta reportagem continuar em modo Hercule Poirot. Mas, pedem o bom senso e as regras do jogo que não revelemos mais do que esta pontinha do iceberg chamado “Vinho do Porto - O Fim?”. Não seria justo desvendar o mistério, muito menos facilitar atalhos. E esta é uma das condições para quem aceita o desafio.

Podemos acrescentar que no caso vertente os 60 minutos foram excedidos, embora com transgressão mínima. Jack Carrapato terá chegado pouco depois e, certamente, arrumou dezenas de artefactos em reboliço.

Exit Games

Praça Guilherme Gomes Fernandes, nº 53 – 1º andar frente

Contactos: Tel. 917 421 815/ 223 265 197; E-mail team@portoexitgames.com

Para além deste “Vinho do Porto - O Fim?” a Exit Games disponibiliza os jogos “Memórias Perdidas” e o “Sacrifício”. Jogos onde podem entrar crianças a partir dos dez anos de idade, embora até aos 15 acompanhadas pelos pais. Os preços por equipa orçam em média os 49,9 euros (valor estimado para um grupo de cinco pessoas). Não é necessário vestuário especial.

Artigo originalmente publicado em 2018.