"Houve alguma melhoria nos sintomas causados pela ingestão de uma substância do grupo dos inibidores da colinesterase", afirmou o Hospital da Caridade em comunicado, no qual informa que Navalny permanece em coma induzido e sob assistência respiratória.

A porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, confirmou no Twitter que "não há atualmente uma grave ameaça para sua vida". "Os médicos, no entanto, abstêm-se de qualquer prognóstico" completou a porta-voz.

O hospital reafirmou que não é possível no momento determinar se o russo de 44 anos terá sequelas após o "grave envenenamento".

O principal opositor do Presidente russo Vladimir Putin, conhecido pelas investigações anticorrupção a membros da elite russa, Alexei Navalny, 44 anos, está internado desde 20 de agosto em coma, primeiro num hospital de Omsk, na Sibéria, e desde sábado num hospital de Berlim.

O político sentiu-se mal durante um voo e a família e colaboradores suspeitam que foi vítima de envenenamento intencional, o que foi em parte validado pelos médicos alemães que o estão a tratar quando, na segunda-feira, afirmaram ter detetado "indícios de envenenamento" nos exames que lhe foram realizados.

O toxicologista Thomas Daldrup, da Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, mostrou-se surpreendido com a incapacidade do hospital onde Alexei Navalny esteve inicialmente internado, em Omsk, na Sibéria, em diagnosticar a intoxicação e em aplicar atropina, o medicamento utilizado para o tratamento do político.

"Todos os médicos conhecem os sintomas: cãibras, alta produção de saliva, humidade na pele. Além disso, é rotina fazer-se um exame de colinesterase", disse.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu já a realização de uma "investigação transparente" ao suposto envenenamento de Navalny, de modo a descobrir "o que se passou" e garantir que os responsáveis serão punidos.

Antes da NATO, também os Estados Unidos, a União Europeia, Alemanha, França e Reino Unido pediram uma investigação ao alegado envenenamento do opositor russo.