De acordo com o autarca, a maior subida registada nos números do concelho alentejano desde o dia 13 de agosto, data em que se registaram 15 novos casos relativamente ao dia anterior, explica-se pela inclusão de pelo menos dois casos cuja integração na cadeia epidemiológica “estava em investigação, mas só foram acrescentados ontem [sexta-feira]”.

Por outro lado, o autarca destacou que os testes de rastreio à doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 realizados nos lares do concelho “deram todos negativo”, incluindo os da instituição de Brotas, cujos resultados ainda eram desconhecidos na sexta-feira.

No Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), permanecem internados cinco doentes, quatro deles nos cuidados intensivos e um em enfermaria, num quadro que “não sofreu alterações” nas últimas 24 horas, de acordo com Luís Simão.

Fonte do HESE revelou à Lusa que os quatro doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos Covid, três homens e uma mulher, têm idades entre os 64 e os 69 anos, enquanto o doente hospitalizado em enfermaria, um homem, tem 89 anos.

A testagem aos contactos relacionados com a cadeia de contágios “vai continuar nos próximos dias”, confirmou, ainda, o autarca que permanece em casa, desde quinta-feira e “durante alguns dias”, por recomendação da Autoridade de Saúde, na sequência dos testes aos trabalhadores do município, esta semana, que revelaram dois infetados.

Este surto surgiu no dia 09 deste mês, quando foram confirmados os primeiros três casos positivos na comunidade, número que tem vindo a subir, todos os dias, à medida que vão sendo testados os contactos de pessoas infetadas.

A câmara ativou o Plano Municipal de Emergência e fechou, no início da semana passada, os serviços de atendimento ao público e outros equipamentos, como a Oficina da Criança, a Casa da Cultura, o Centro de Atividades de Tempos Livres e instalações desportivas.

Entretanto, o Ministério Público (MP) instaurou um inquérito sobre o surto de covid-19 na vila de Mora, sobre o qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) disse à Lusa que “não deixarão de ser investigados todos os factos que chegarem ao conhecimento do Ministério Público e que sejam suscetíveis de integrarem a prática de crime”.

Segundo a PGR, o inquérito instaurado tem por objeto “uma situação concreta”, que não especifica, relacionada com o surto em Mora.

O presidente da Câmara de Mora, Luís Simão, disse à Lusa desconhecer a instauração do inquérito por parte do Ministério Público ao surto de covid-19 nesta vila do distrito de Évora, mas exortou ao apuramento de responsabilidades.

“Se abriu [um inquérito] e se houver alguém que se tenha comportado menos bem, que seja responsabilizado e sofra as consequências de um ato que não foi o mais adequado no momento em que vivemos. Se assim foi, que se apurem responsabilidades”, afirmou Luís Simão.

Portugal contabiliza pelo menos 1.792 mortos associados à covid-19 em 55.211 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).