O presidente da Câmara de Mora, Luís Simão, aludindo aos dados mais recentes que lhe foram transmitidos pela Autoridade de Saúde Pública, congratulou-se por mais esta pessoa recuperada, a segunda, e por não ter aparecido qualquer novo infetado na vila.

“Os casos ativos de COVID-19 diminuíram para os 61, com estes dois recuperados”, disse o autarca, que divulgou, na terça-feira, o primeiro destes doentes recuperados, revelando hoje o outro.

Desde o último domingo, a vila alentejana de Mora, no distrito de Évora, registou apenas um caso novo da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que foi divulgado na terça-feira.

Fonte do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), que indicou à Lusa, na terça-feira, que um doente de Mora “que se encontrava na enfermaria COVID” já tinha tido alta, revelou hoje que permanecem na unidade hospitalar cinco doentes deste concelho.

No que respeita a Mora, encontra-se um doente com COVID-19 na Unidade de Cuidados Intensivos, enquanto na enfermaria estão quatro, “dois já com já com teste negativo”, mas que “ainda não tiveram alta”, precisou a fonte hospitalar.

Ainda no concelho de Mora, relativamente ao infetado com COVID-19 que foi detetado na freguesia de Cabeção, as “cerca de 20 pessoas” com as quais o homem terá contactado realizaram testes de rastreio à doença na terça-feira, sendo negativos os resultados já divulgados.

“Os resultados já conhecidos foram negativos, mas ainda se aguarda conhecer os restantes resultados dos testes”, assinalou o presidente da câmara, realçando que, independentemente disso, “as cerca de 20 pessoas continuam em confinamento, tal como o infetado”.

Este caso na freguesia de Cabeção, frisou Luís Simão, não está relacionado com o surto da sede de concelho (Mora), por se tratar de “um caso importado”, isto é, de “uma pessoa que estava no estrangeiro” e que chegou a Cabeção, no sábado passado.

À chegada a Portugal, “fez o teste à COVID-19 no aeroporto”, mas, no sábado à noite, ainda circulou por cafés da vila, tendo apenas sido “notificado de que estava positivo no domingo”, após o que ficou “em casa confinado”, relatou, tendo os seus contactos sido identificados e colocados sob vigilância.

O surto de Mora surgiu no dia 09 deste mês, quando foram confirmados os primeiros três casos positivos na comunidade.

A câmara ativou o Plano Municipal de Emergência e fechou os serviços de atendimento ao público e outros equipamentos.

Com a população confinada em casa, por precaução, fecharam também cafés, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais.

O autarca realçou hoje à Lusa que, “lentamente, o comércio está a tentar retomar a vida normal, para procurar atenuar alguns dos prejuízos sofridos”.

“Em Mora, sei que já reabriram alguns restaurantes e cafés e que outros estão a preparar os estabelecimentos para voltarem a abrir na próxima semana”, assinalou.

O Ministério Público (MP) instaurou um inquérito sobre este surto de COVID-19, sobre o qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) disse à Lusa que "não deixarão de ser investigados todos os factos” que “sejam suscetíveis de integrarem a prática de crime".