"Se isso for verdade, as terríveis condições descritas pela queixa da denunciante, incluindo alegações de que mulheres migrantes vulneráveis foram submetidas a histerectomias em massa, constituem um abuso avassalador dos direitos humanos", afirmou Pelosi.

Também disse que o inspetor-geral do Departamento de Segurança Interna (DHS) "deve investigar imediatamente as denúncias".

A denúncia sobre extrações de úteros surgiu depois de a enfermeira Dawn Wooten divulgar informações sobre as práticas sanitárias na prisão migratória de Irwin, no estado da Geórgia.

Wooten observou a sua preocupação com o alto índice de mulheres que se submeteram à histerectomia, afirmando que embora o procedimento às vezes seja indicado, "não é comum que todos os úteros estejam maus".

A enfermeira comentou que, entre os seus colegas, lhes impressionava a prática de um ginecologista particular situado fora do centro, para onde eram encaminhadas as detidas. 

Uma detenta entrevistada pela organização Project South comprar o evento com uma "experiência de um campo de concentração".

Pelosi diz que a queixa é "profundamente perturbadora" e que fazia lembrar o caso de Henrietta Lacks, uma mulher negra cujas células eram usadas para investigações científicas; e o horror das experiências de "Tuskegee" com a sífilis ao longo de várias décadas no século XX.

"O Congresso e o povo americano precisam de saber o por quê e em quais circunstâncias tantas mulheres, supostamente sem o seu consentimento, foram empurradas para esse procedimento extremamente invasivo", concluiu Pelosi.

O presidente da Liga dos Congressistas Hispânicos, Joaquín Castro, destacou que esterilizações forçadas já foram utilizadas pelo governo dos Estados Unidos para controlar populações classificadas como "indesejáveis".

Castro indicou um histórico de práticas semelhantes contra populações imigrantes, povos indígenas, povos de origem mexicana, porto-riquenhos, entre outros. “Essas atrocidades não se devem repetir”, acrescentou o parlamentar.