Gouveia e Melo, que falava na Comissão Parlamentar de Saúde, respondia a uma pergunta sobre as normas emitidas pela Direção Geral da Saúde (DGS), que permitem que as pessoas fora do limite de idade para a vacina da Janssen (administrada a partir dos 50 anos) e da AstraZeneca (a partir dos 60 anos) possam optar por receber estas vacinas.

“Há essa possibilidade e está a ser estudada. A única preocupação que deve ser tomada em conta é o facto de não devermos promover isso. A promoção desse tipo de atitude pode mais tarde reverter para o Estado uma responsabilidade”, afirmou.

Sobre esta matéria, Gouveia e Melo acrescentou ainda: “Uma coisa é as pessoas pedirem de forma voluntária e outra é nós promovermos esse mecanismo, incentivando, de alguma forma, esse tipo vacinação”.

Veja o vídeo - SARS-CoV-2: quantas horas pode sobreviver no ar, papel ou plástico?

O responsável sublinhou ainda que alguns países europeus retiraram a barreira dos 50 anos para a vacina da Janssen.

Adiantou que os dados de vacinação com esta vacina ainda estão a ser recolhidos e admitiu que “podem indicar que a barreira desapareça”. “Ficaria resolvido esse problema”, disse.

Sobre a vacina da AstraZeneca, disse que acima dos 60 anos foram administradas 300.000 vacinas e abaixo dessa faixa etária meio milhão, sublinhando que para tomarem a segunda dose, as pessoas que ficam abaixo dos 60 anos, se não a quiserem, ficarão a aguardar “até que se encontre a melhor solução possível”

“Se a pessoa achar que não quer tomar segunda dose [desta vacina], não dando consentimento informado, não irá para o fim da fila. Fica a aguardar até se encontrar uma solução técnica em termos de saúde pública para esta vacinação”, afirmou, frisando que ainda está a ser discutido se tal pode ou não ser feito com outra vacina. “Ainda não há um caminho suficientemente claro nesta matéria”, acrescentou.

Veja ainda: Estes são os 12 vírus mais letais do mundo