A secretária de Estado cessante Adjunta e da Saúde Jamila Madeira salientou hoje que não pediu para abandonar do Governo e manifestou-se "surpreendida" com a sua saída do cargo "por opção" da ministra Marta Temido.

"Não pedi para sair e naturalmente fiquei muito surpreendida com a opção da senhora ministra da Saúde [Marta Temido]. Mas saio de consciência tranquila de missão cumprida com a certeza de que fiz tudo o que estava ao meu alcance num ano particularmente inédito", escreveu Jamila Madeira numa nota enviada à agência Lusa.

Na quarta-feira à tarde, o primeiro-ministro, António Costa, propôs a substituição de cinco secretários de Estado do seu Governo ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que aceitou essas mudanças que abrangem os ministérios da Educação, Saúde, Infraestruturas e Habitação, e Mar.

Jamila Madeira, antiga líder da Juventude Socialista, que foi eurodeputada e também dirigente do PS sob a liderança de António José Seguro, saiu das funções de secretária de Estado Adjunta e da Saúde, cargo que será desempenhado por António Lacerda Sales, que sobe assim na hierarquia da equipa liderada pela ministra Marta Temido.

Para a equipa do Ministério da Saúde, entra como novo secretário de Estado Diogo Serras Lopes, até aqui vice-presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde e que foi assessor para as questões económicas no gabinete do primeiro-ministro, António Costa.

Na sequência do anúncio desta mudança, o jornal Público noticiou que a saída de Jamila Madeira do cargo de secretária de Estado foi uma exigência a ministra Marta Temido.

Na mensagem que enviou à agência Lusa, Jamila Madeira, que foi eleita deputada pelo círculo de Faro e que regressa à Assembleia da República, refere que teve "muito orgulho em trabalhar". "Faço votos que tudo continue a correr pelo melhor. A bem de todos", acrescentou.

Na última legislatura, Jamila Madeira, enquanto deputada, foi coordenadora da bancada socialista para as questões de saúde.

Com a saída de Jamila Madeira, António Lacerda Sales sobe agora a número dois na equipa ministerial da Saúde, assumindo o cargo de secretário de Estado Adjunto e da Saúde, que era ocupado pela ex-governante, e Diogo Serras Lopes será o novo secretário de Estado da Saúde.

Quem é António Lacerda Sales?

Lacerda Sales ocupava o cargo de secretário de Estado da Saúde desde o início do mandato do atual executivo, subindo agora na hierarquia do ministério liderado por Marta Temido, ao substituir no cargo de secretário de Estado Adjunto e da Saúde Jamila Madeira, que depois de ter liderado a Juventude Socialista, de ter sido deputada e eurodeputada pelo PS, assumiu pela primeira vez funções governativas também no início do mandato do atual Governo.

O novo número dois do Ministério da Saúde nasceu em Leiria em 1962, é médico ortopedista licenciado pela Universidade de Coimbra.

Foi deputado na XIII Legislatura, tendo integrado a comissão de Assuntos Europeus, a comissão de Saúde, com o cargo de coordenador do grupo parlamentar, a comissão de Defesa Nacional e a comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.

Para o cargo de secretário de Estado da Saúde, até aqui ocupado por Lacerda Sales, foi hoje nomeado Diogo Serras Lopes, nascido em Lisboa em 1975 e licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa e com passagem pelo Governo anterior em cargos de assessoria técnica.

Frequentou também o mestrado em Ciência Política no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa – Instituto Universitário de Lisboa.

Diogo Serras Lopes foi jornalista na área económica e trabalhou na área financeira, assumindo funções, incluindo de direção, na gestão de ativos em instituições como MC Fundos, Santander Asset Management e o Banco Best.

“Entre maio de 2014 e novembro de 2015, foi técnico superior do Departamento Internacional e de Política Regulatória da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Entre dezembro de 2015 e agosto de 2017 desempenhou funções como adjunto no Gabinete da Secretária de Estado Adjunta do Primeiro-Ministro do XXI Governo Constitucional. Entre agosto de 2017 e abril de 2019 foi designado assessor para as questões económicas no Gabinete do Primeiro-Ministro do XXI Governo Constitucional. Em abril de 2019 foi nomeado para o cargo de vice-presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde, I.P.”, precisa uma nota biográfica divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro.

Uma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet refere que o primeiro-ministro propôs hoje a substituição de cinco secretários de Estado do seu Governo ao Presidente da República, que aceitou essas mudanças que abrangem os ministérios da Educação, Saúde, Infraestruturas e Habitação, e Mar.